SINDICATOS SÃO CONTRA A TERCEIRIZAÇÃO NA PREFEITURA
Reunidos na sede do Sindemu esta semana, vários sindicatos de trabalhadores decidiram se manifestar contra projeto de lei que tramita na Câmara autorizando a terceirização de serviços de serviços de saúde, educação e cultura. A lei foi enviada pelo prefeito Paulo Piau (PMDB) que quer terceirizar a gestão do Hospital Regional. E, em breve, os outros serviços. Sindemu, Sinpro, SindUte, Saaemg, trabalhadores do Codau, construção civil, da saúde e metalúrgicos, entre outros, vão pedir aos vereadores que rejeitem a proposta. As lideranças sindicais não têm dúvidas que haverá prejuízo financeiro – a terceirização ficará mais cara do que a gestão própria da Prefeitura ou em consórcio regional para gerir o hospital – e prejuízo dos serviços, que ficarão mais precários. Os trabalhadores seriam os mais prejudicados. “A população elegeu Paulo Piau para gerir, junto com seus secretários, os serviços da Prefeitura. Não tem sentido pagar caro para um particular manter serviços de saúde e educação em Uberaba”, ressalta o presidente do Sindemu, Adislau Leite.
Trabalhadores condenam projeto e vão protestar na Câmara -
Em carta
aberta que está sendo publicada nos jornais da cidade, os sindicatos de
trabalhadores condenam a proposta de terceirização do Hospital Regional e
demais serviços de Educação e Saúde. Para os trabalhadores, a forma de gestão
de um “Estado Mínimo” com cada vez menos responsabilidades da Prefeitura e mais
dinheiro para empresas privadas (neoliberalismo) não é o melhor caminho para o
Município. Os sindicatos também lembram que a terceirização do hospital já foi
rejeitada no Conselho Municipal de Saúde, órgão máximo da formulação
democrática de política do setor. Os promotores públicos têm se manifestado
contra a contratação de Organizações Sociais (OS) ou outras formas de
terceirizações. O teor completo da carta está no final do informativo. Também
foi aprovada pelos sindicatos uma mobilização na Câmara pela rejeição do
projeto.
EDITORIAL
Licenças
Médicas: a ilusão de achar que a culpa é do outro - Em 2012, havia
uma situação de violência e opressão contra os educadores municipais. O 14º
salário simbolicamente significava uma “espada nas costas” que dizia, “se
faltar eu te furo”. Essa arbitrariedade, denunciada inúmeras vezes pelo
Sindemu, escondia uma realidade cruel de cansaço e adoecimento na categoria. A
acertada decisão de retirar o 14º, acordo da PMU com o sindicato, permitiu que
essa realidade viesse à tona. Os números de licenças médicas são reveladores de
uma incrível piora nas condições de trabalho, assalariamento destruidor,
culpabilização injustificada pelas doenças do ensino, perda de autoridade e
autonomia do trabalho. É louvável que a Prefeitura se mostre preocupada com
essa situação. No entanto, não se pode cair na ilusão de uma solução mais
simples, no que disse Raul Seixas: “É sempre mais fácil achar que a culpa é do
outro”. A solução de fato, teria de começar pela própria empresa. Em primeiro
lugar, a Prefeitura tem de parar de se comportar pelo “Devo, não nego. Pago
quando puder”. Ao descumprir leis e sentenças, a empresa força o educador a
trabalhar quase 50 horas semanais (2 cargos ou profissões) para atingir o piso
da categoria (dois mínimos). Também não dá mais para dar calote no 1/3 da
jornada, forçando a categoria a estudar e preparar aulas nos horários dedicados
ao lazer e à família. Esses são os pilares do adoecimento. O 1º orçamento do
atual prefeito está aí. É hora de começar a reverter esta realidade. Anízio
Bragança Júnior, artigo do Jornal Expresso.
"A terceirização é uma forma selvagem de precarização" - O juiz do
Trabalho da 10ª
Região e ex-presidente da Associação Nacional dos Magistrados
da Justiça do Trabalho (Anamatra), Grijalbo Fernandes Coutinho, participou de
um seminário sobre terceirização realizado na Escola Judicial do TRT4. Na
ocasião, concedeu ao site do TRT4 a entrevista que segue: Quais são os impactos da terceirização para o trabalhador? - Na minha
compreensão, os impactos são todos negativos para o trabalhador. Não há sequer
uma vantagem. A terceirização surge com maior intensidade a partir dos anos 70
e ganha corpo definitivamente no Brasil na década de 90. Hoje é uma verdadeira
febre. A terceirização tem dois propósitos muito evidentes: o econômico e o
político. Sua razão econômica é permitir aos patrões a diminuição de custos com
a exploração da mão de obra. Vários argumentos são usados no sentido de que se
trata de especialização, de racionalização, mas tudo isso é secundário. A outra
razão é a de cunho político. Nesse ponto o objetivo é dividir os trabalhadores,
fragmentá-los, especialmente em suas representações sindicais. Em qualquer caso, o senhor considera a terceirização uma precarização
da relação de trabalho? - A terceirização
é talvez a forma mais selvagem de precarização. Acho que os capitalistas não
imaginavam, no fim do século XIX e início do século XX, que arranjariam um
artifício tão bem construído para enganar os trabalhadores. Fonte: Secom TRT4
75% das escolas estaduais estão com excesso de trabalho – Levantamento feito pelo SindUte Uberaba mostra que 30 das 40 escolas da
rede estadual na cidade estão com número insuficiente de trabalhadores de
serviços gerais, secretárias e supervisores. Para a direção da subsede há uma
sobrecarga exagerada por conta da proibição do governo Anastasia de substituir
profissionais que estão com afastamentos médicos e outros problemas. Os
trabalhadores que fazem assistência à educação já sofreram uma forte redução
nas últimas décadas e a proibição de contratação o trabalho nas escolas passou
ser desenvolvido por um grupo ainda menor. O SindUte encaminhou denúncias do
fato ao Ministério Público e à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia
Legislativa.
CURTAS
g UBERABENSES NO ENCONTRO DE ENSINO SUPERIOR – Pelo menos sete professores da cidade estão participando de encontro promovido pelo Sinpro em Belo horizonte. g DERROTA NO CONSELHO MUNICIPAL – Nem mesmo defesa do Secretário Fahim Sawan foi suficiente para impedir rejeição da terceirização do hospital regional no Conselho Municipal de Saúde. g SISTEMA FRACASSOU EM UBERLÂNDIA – Contratação de empresa terceirizada para administrar hospital público em Uberlândia tomou ‘bomba’ na justiça, que já cancelou pelo menos um dos três contratos de terceirização, deixando mais de R$ 100 milhões em passivo trabalhista para a Prefeitura.
Oportunidades
CONCURSO PÚBLICO NO IFTM TRIÂNGULO - Serão 44 vagas para técnico-administrativo (formação superior e ensino médio) e 87 vagas para professores do ensino básico e tecnológico. Informações: http://www.iftm.edu.br/concursos. APERFEIÇOAMENTO EM MATEMÁTICA DO ENSINO MÉDIO - Até 30 de novembro abertas as inscrições para 5 mil vagas gratuitas do Programa de Aperfeiçoamento para Professores de Matemática do Ensino Médio (Papmem), do IMPA. O treinamento é semestral e ocorre nas férias escolares, com aulas presenciais e via internet. Mais informações no http://video.impa.br/.
Rede estadual aumenta possibilidade de reprovação e altera ciclos –Seguindo iniciativa da Prefeitura de São Paulo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou um plano de
reforma da educação na rede estadual. As mudanças aumentam a possibilidade de
reprovação, amplia de dois para três os ciclos do ensino fundamental e implanta
avaliações oficiais bimestrais. As alterações começam a valer no ano que vem. Atualmente,
as reprovações podem ocorrer apenas nos 5º e 9º anos do ensino fundamental. Com
a nova proposta, elas serão possíveis nos 3º, 6º e 9º anos. A alteração mudará
a organização desta etapa do ensino de dois ciclos (do 1º ao 5º ano e do 6º ao
9º ano) para três (do 1º ao 3º, do 4º ao 6º e do 7º ao 9º). Não houve
alterações para o Ensino Médio, etapa em que as reprovações podem ocorrer todos
os anos. Outra mudança, que também acompanha a proposta da prefeitura, é a
avaliação bimestral, que será elaborada pela Secretaria Estadual da Educação e
distribuída para a rede. Os professores poderão também aplicar suas próprias
avaliações na periodicidade que julgarem adequadas.Fonte: Rede Brasil Atual
Agronelli
lança livros em culminância de projetos com escolas públicas – Na próxima terça (12) e
quarta (13), o Instituto Agronelli apresenta a culminância de projetos
culturais e educativos realizados em conjuntos com escolas da cidade de
Uberaba. Na terça, 12, haverá o lançamento da 6ª edição do livro “Meu bairro
tem história, eu tenho futuro!”, dentro do projeto Cultura e história do meu
bairro. Na quarta, o lançamento do livro “Bibliotecando: Re-lendo o mundo”,
todas às 19h30 no Cine Vera Cruz. Nas semanas anteriores já houve apresentação
de projetos ambientais e de cidadania.
Perguntas
do trabalhador
Um aposentado por
invalidez tem direito à celeridade em processo trabalhista - Não há
qualquer norma que garanta tal direito especificamente ao aposentado por
invalidez. Todavia, a Lei 12.008/2009, que alterou dispositivos do Código de
Processo Civil, concedeu prioridade na tramitação dos procedimentos judiciais
em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos, ou portadora de doença grave, em todas as instâncias. Para
tanto, basta que a pessoa em questão requeira o benefício junto à autoridade
judiciária competente, juntando prova de sua condição. Considerando que o direito
processual comum é fonte subsidiária do direito processual do trabalho, por
força do artigo 769 da Consolidação das Leis do Trabalho, não há impedimento de
que o benefício supracitado seja solicitado pelo interessado também nas ações
trabalhistas. (Esta
questão foi respondida pela auditora fiscal Kênia Propodoski, da
Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Mato Grosso - SRTE/MT)
Vídeo:
A liga: Médicos estrangeiros no Brasil 22/10/2013 - http://www.youtube.com/watch?v=jPGnOBferpk&feature=share
CARTA ABERTA- SINDICATOS ALERTAM:
TERCEIRIZAÇÃO DO
HOSPITAL, SAÚDE E EDUCAÇÃO PREJUDICA A POPULAÇÃO DE UBERABA
Os sindicatos de trabalhadores da cidade de Uberaba, nominados abaixo,
alerta à população que o prefeito Paulo Piau está pedindo autorização à Câmara
Municipal para terceirizar os serviços de saúde, educação e outros setores da
Prefeitura.
Estamos pedindo aos vereadores que rejeitem esse projeto (183/2013),
porque os serviços públicos poderão piorar muito com a mudança. E pior, os
trabalhadores serão os mais prejudicados. Somos contra a terceirização do
Hospital Regional e todos os serviços da Prefeitura, porque:
g Não concordamos com a política de Estado Mínimo
(neoliberal) que quer cada vez menos responsabilidades da Prefeitura e mais dinheiro
público aplicado com empresas privadas, terceirizando os serviços essenciais à
população. Parece ser essa a forma de gestão que o prefeito está escolhendo para
Uberaba.
g A terceirização do Hospital Regional (ou contratação de
Organização Social - OS) foi rejeitada pelo Conselho Municipal de Saúde de
Uberaba, órgão máximo de formulação da política de saúde do Município. Os
sindicatos de trabalhadores ratificam essa decisão da instância mais
democrática do setor.
g Somos contra as terceirizações, porque é nas empresas
terceirizadas que os trabalhadores mais sofrem com acidentes no trabalho,
jornadas de trabalhos mais longas e tem menores salários dos que os colegas de
profissão de empresas não terceirizadas.
g Temos clareza de que a terceirização
dos serviços vai ser prejudicial à população. No caso do hospital, o custo da
gerência de uma empresa privada é muito maior do que se a própria prefeitura
criasse um conselho gestor ou consórcio regional para gerir a unidade. Os modelos que estão sendo trazidos para
Uberaba têm colecionado experiências de fracassos e desvios de dinheiro em
várias cidades do Brasil.
g Promotores públicos de Minas têm se manifestado
abertamente contra esse modelo de terceirização, pois se torna quase impossível
a sociedade ter controle do serviço desenvolvido e da forma como são aplicados
os recursos. Além disso, a Constituição é clara: Saúde e Educação são deveres
do Estado. A iniciativa privada pode atuar somente em atividades
complementares.
Não é esse modelo de serviço público que queremos para Uberaba.
Queremos uma prefeitura com boa qualidade nos serviços. Nós elegemos o prefeito
para ele gerir os serviços públicos e não para que ele pague alguém para fazer
o trabalho dele e seus secretários. Queremos
discutir outro modelo de gestão do Hospital Regional e melhoria do serviço
público! Fora “OS” e outras formas de terceirizações!
Sindicato
dos Educadores do Município - Sindemu, Sindicato dos Professores da rede
particular - Sinpro, Sindicatos Único dos Trabalhadores da Educação - SindUte,
Sindicato dos trabalhadores da Construção Civil e Mobiliário (Sticmu),
Sindicato dos Trabalhadores do Codau (Sindae), Sindicato dos Trabalhadores da
Saúde (Sind-Saúde),
Sindicato dos Auxiliares Administrativo Escolar (Saaemg), Sindicato dos Trabalhadores Mecânicos e
Metalúrgicos (Sticmmmeu), Fórum da Educação.
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