quinta-feira, 14 de julho de 2016

Educa.com - 14.07.2016 - Carreira: Atraso na progressão é mais um desestímulo dos educadores municipais



Edição Bragança Júnior (MG4731JP) - http://blogeducapontocom.blogspot.com.br/ - Uberaba, 14 de julho de 2016Nº 303
 

CARREIRA: ATRASO NA PROGRESSÃO É MAIS UM
DESESTÍMULO DOS EDUCADORES MUNICIPAIS


Os educadores do município de Uberaba têm direito a uma progressão na carreira a cada avaliação anual por desempenho positiva. A revisão é feita anualmente, conforme datas pessoais dos trabalhadores, garantindo um reajuste de 1,2% nos salários (Art. 21 da lei 501/2015 – Plano de Carreira). No entanto, o benefício está parado desde o mês de abril causando mais um prejuízo financeiro para a categoria. O Sindicato dos Educadores cobrou o andamento do benefício na Secretaria da Educação, mas esta informou que enviou em tempo hábil as notas e procedimentos para a Secretaria da Administração, local onde estariam parados os processos de enquadramento na carreira. O vice-presidente do Sindicato, Bruno Ferreira, reclama do atraso e avalia que a medida é mais um desestímulo para os educadores, depois de negado o reajuste do piso salarial. O sindicalista lembra que o benefício terá de ser pago com retroativo.

PMU não paga a mais por atendimento especializado – Embora previsto no Plano de carreira, os professores da rede municipal não estão recebendo gratificação mensal pela atuação com atendimento educacional especializado. Diz a lei (Art. 34 da lei 501/2015 – Plano de Carreira), que os professores regentes de turma que atuam com alunos de inclusão devem receber 6% de gratificação. Também é direito do professor regente a gratificação de 3% do vencimento básico por cada aluno atendido (com comprovado laudo clínico). No caso de professor de apoio, a gratificação é de 2% por aluno. No entanto, após um ano do plano de carreira nada disso é cumprido por falta da regulamentação da lei, tarefa do executivo municipal. “A não regulamentação desprestigia não só os educadores, mas todo o serviço educacional especializado” aponta o vice-presidente do Sindemu, Bruno Ferreira.

CURTAS:
CONCURSO – Educadores contrariados procuram o Sindemu pela não nomeação de todos aprovados no concurso. Faltaram regentes de 1º ao 5º ano e os de Português e Matemática.
HABITAÇÃO – A Cohagra respondeu ao Sindemu que, apesar de não ter convidado os educadores para lançamento, a categoria será incluída em plano de habitação dos servidores.
CONCURSO LITERÁRIO – Inscrições abertas para filiados do Sinpro MG de 22 de julho a 15 de agosto. Valem contos, crônicas e poesias. Regulamento no sítio do sindicato.
EDITORIAL
Os alunos não sabiam multiplicar por 5 (2) - Na semana passada iniciei um debate pela experiência de alunos do ensino médio que não sabiam fazer contas de multiplicação de cinco (nem na calculadora). Creio que para muitos ficou a ideia de que a culpa disso seriam os professores. Acontece que nos últimos anos os governos têm feito reformas aumentando o grau de responsabilização dos professores pelo ensino. O movimento é internacional e revela uma pretensão dos governos de passar a ter cada vez menos responsabilidade pelo ensino. Os professores têm sua parcela de responsabilidade quando não se atualizam ou não buscam fazer o melhor e o mais apropriado dentro das suas condições atuais de trabalho. Por exemplo, os professores sabem que devem ensinar os conhecimentos do nível inferior quando não há base para aprender o seguinte. Mas uma grande parte resiste a essa ideia. A população, no entanto, pouco sabe que a escola não é feita para o aprendizado de cada aluno (pasmem!). Com salas cheias, as escolas são montadas para o ensino de massa (na maioria das vezes quase impedindo o atendimento individual). As redes são montadas com base na economia e evitam “gastar”, por exemplo, com reforço e alternativas de aprendizado. O número de alunos por sala, a quantidade de turnos funcionando, o modelo de jornada de trabalho dos professores (somente no século XXI, as redes públicas de Minas e Uberaba passaram a pagar por preparação de aula), o currículo e os salários dos professores revelam com clareza o tipo de ensino determinado para o país e o que se pode esperar dele. O que vemos de fato são educadores (de todos os níveis) tentando fazer o melhor dentro das condições mais improváveis de ensino.  Anízio Bragança Júnior, artigo do Jornal Expresso.

ONU recomenda maior regulação pública sobre setor privado - O Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) está recomendando aos governos uma maior regulação sobre a atuação de fornecedores privados de serviços de educação e mais investimentos na educação pública. De acordo com documento divulgado no dia 11, os estados devem “acabar com todo o impacto negativo da comercialização da educação", em particular, por meio do estabelecimento de um marco regulatório para regular e monitorar as atividades dos prestadores de serviços de educação. "Foi um importante passo para o fortalecimento da nossa luta contra a privatização da educação pública no âmbito nacional”, avalia Maria Rehder, coordenadora de projetos da Campanha Nacional pelo Direito à Educação. Fonte: Rede Brasil Atual


Maioria de conselheiros de Temer está ligada ao setor privado – O ministro da Educação, Mendonça Filho, deu posse ontem no dia 11 a 12 integrantes do Conselho Nacional de Educação (CNE). Dos seis nomes indicados pelo interino Michel Temer (PMDB), quatro estão ligados à iniciativa privada. Nilma Fontanive é coordenadora do Centro de Avaliação da Fundação Cesgranrio; Suely Melo Menezes é diretora-geral do Colégio e das Faculdades Integradas Ipiranga; Antônio Araújo Júnior é pró-reitor de ensino e pós-graduação da Fundação Getúlio Vargas; e Antonio Carbonari Netto é vice-presidente de Desenvolvimento e Expansão da Ser Educacional. Também no dia 8, Temer e Mendonça Filho “convocaram o empresariado a se unir ao governo na luta pela qualidade da educação”, na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília. Fonte: Contee

CONJUNTURA
g  Centrais rechaçam proposta de jornada de 80 horas Seis centrais sindicais do país emitiram nota no dia 8 para rechaçar as declarações do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga. No texto, as entidades afirmam que “propor uma jornada de 80 horas semanais é uma provocação ao povo brasileiro”.  Leia
g  Opinião: O golpe ruralista e o preço do feijão - No mesmo período em que a área plantada de arroz e feijão caiu 44% e 36%, respectivamente, a área de soja aumentou 161%, enquanto o milho aumentou 31% e a cana, 142%. Somados os três produtos, temos 72% da área agricultável do Brasil com apenas três culturas. Leia
g Comissão aprova retirada da exclusividade sobre a exploração do pré-sal - Os opositores do projeto argumentaram que uma das sequelas mais graves do PL, caso seja aprovado em plenário, será a redução dos investimentos nas áreas de saúde e educação. Leia

Lançada a Frente Nacional contra projeto Escola sem Partido - Foi lançada no dia 13 uma Frente Nacional que pretende articular esforços contra os projetos baseados na plataforma Escola sem Partido, que atualmente tramitam em várias casas legislativas pelo país, inclusive a Câmara e o Senado. Os projetos alegam defender a "neutralidade" na educação, mas tem sido vista como forma de censurar a discussão política nas salas de aula. O evento ocorreu no auditório do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no centro da capital fluminense, e reuniu ativistas pelo direito à educação de todo o país – estudantes, educadores, sindicatos e centrais, associações de classe, partidos políticos e entidades da sociedade civil. "O projeto Escola sem Partido é a sequência de um processo de restrição da liberdade, aquilo que a literatura chama de Estado de exceção", classifica o professor da Gaudêncio Frigotto. Fonte: Rede Brasil Atual


Escola sem Partido é mais autoritário que currículo da ditadura – O projeto Escola sem Partido, que alega combater a doutrinação de esquerda nas escolas e defender uma educação supostamente neutra, tem um viés mais autoritário que o currículo educacional desenvolvido durante a ditadura (1964-1985), na avaliação do professor Alexandre Pianelli Godoy, doutor em História Social pela PUC-SP. “Por incrível que pareça, embora no período da ditadura houvesse os guias curriculares e certa vigilância sobre o professor e o conteúdo que seria dado, os docentes não eram pressionados a ensinar desta ou daquela maneira”, afirmou. O ‘Escola sem Partido’ foi idealizado em 2004, pelo procurador do estado de São Paulo Miguel Nagib, que enxergou conteúdo ideológico após um professor de sua filha citar que o revolucionário argentino Che Guevara e o santo católico São Francisco de Assis, abandonaram a riqueza pela causa que acreditavam. Fonte: Rede Brasil Atual

Nenhum comentário:

Postar um comentário