Edição Bragança Júnior (MG4731JP) -
http://blogeducapontocom.blogspot.com.br/ - Uberaba, 14 de julho de 2016 – Nº 303
CARREIRA: ATRASO NA PROGRESSÃO É MAIS UM
DESESTÍMULO DOS EDUCADORES MUNICIPAIS
Os educadores do município de Uberaba têm direito a uma
progressão na carreira a cada avaliação anual por desempenho positiva. A
revisão é feita anualmente, conforme datas pessoais dos trabalhadores,
garantindo um reajuste de 1,2% nos salários (Art. 21 da lei
501/2015 – Plano de Carreira). No entanto, o
benefício está parado desde o mês de abril causando mais um prejuízo financeiro
para a categoria. O Sindicato dos Educadores cobrou o andamento do benefício na
Secretaria da Educação, mas esta informou que enviou em tempo hábil as notas e
procedimentos para a Secretaria da Administração, local onde estariam parados
os processos de enquadramento na carreira. O vice-presidente do Sindicato,
Bruno Ferreira, reclama do atraso e avalia que a medida é mais um desestímulo
para os educadores, depois de negado o reajuste do piso salarial. O
sindicalista lembra que o benefício terá de ser pago com retroativo.
PMU não paga a mais por atendimento
especializado – Embora previsto no Plano de carreira, os
professores da rede municipal não estão recebendo gratificação mensal pela
atuação com atendimento educacional especializado. Diz a lei (Art.
34 da lei 501/2015 – Plano de Carreira),
que os professores regentes de turma que atuam com alunos de inclusão devem
receber 6% de gratificação. Também é direito do professor regente a
gratificação de 3% do vencimento básico por cada aluno atendido (com comprovado
laudo clínico). No caso de professor de apoio, a gratificação é de 2% por aluno.
No entanto, após um ano do plano de carreira nada disso é cumprido por falta da
regulamentação da lei, tarefa do executivo municipal. “A não regulamentação desprestigia
não só os educadores, mas todo o serviço educacional especializado” aponta o
vice-presidente do Sindemu, Bruno Ferreira.
CURTAS:
● CONCURSO – Educadores contrariados procuram o Sindemu pela não
nomeação de todos aprovados no concurso. Faltaram regentes de 1º ao 5º ano e os
de Português e Matemática.
● HABITAÇÃO – A Cohagra respondeu ao Sindemu que, apesar de não ter
convidado os educadores para lançamento, a categoria será incluída em plano de
habitação dos servidores.
●
CONCURSO LITERÁRIO – Inscrições
abertas para filiados do Sinpro MG de 22 de julho a 15 de agosto. Valem contos,
crônicas e poesias. Regulamento no sítio do sindicato.
EDITORIAL
Os alunos não sabiam multiplicar por 5 (2) - Na semana passada iniciei um debate pela
experiência de alunos do ensino médio que não sabiam fazer contas de
multiplicação de cinco (nem na calculadora). Creio que para muitos ficou a
ideia de que a culpa disso seriam os professores. Acontece que nos últimos anos
os governos têm feito reformas aumentando o grau de responsabilização dos
professores pelo ensino. O movimento é internacional e revela uma pretensão dos
governos de passar a ter cada vez menos responsabilidade pelo ensino. Os
professores têm sua parcela de responsabilidade quando não se atualizam ou não
buscam fazer o melhor e o mais apropriado dentro das suas condições atuais de
trabalho. Por exemplo, os professores sabem que devem ensinar os conhecimentos
do nível inferior quando não há base para aprender o seguinte. Mas uma grande
parte resiste a essa ideia. A população, no entanto, pouco sabe que a escola
não é feita para o aprendizado de cada aluno (pasmem!). Com salas cheias, as
escolas são montadas para o ensino de massa (na maioria das vezes quase
impedindo o atendimento individual). As redes são montadas com base na economia
e evitam “gastar”, por exemplo, com reforço e alternativas de aprendizado. O
número de alunos por sala, a quantidade de turnos funcionando, o modelo de
jornada de trabalho dos professores (somente no século XXI, as redes públicas
de Minas e Uberaba passaram a pagar por preparação de aula), o currículo e os
salários dos professores revelam com clareza o tipo de ensino determinado para
o país e o que se pode esperar dele. O que vemos de fato são educadores (de
todos os níveis) tentando fazer o melhor dentro das condições mais improváveis
de ensino. Anízio Bragança Júnior, artigo do Jornal Expresso.
ONU recomenda maior regulação pública sobre setor privado - O Conselho de Direitos Humanos da Organização das
Nações Unidas (ONU) está recomendando aos governos uma maior regulação sobre a
atuação de fornecedores privados de serviços de educação e mais investimentos
na educação pública. De acordo com documento divulgado no dia 11, os estados
devem “acabar com todo o impacto negativo da comercialização da educação",
em particular, por meio do estabelecimento de um marco regulatório para regular
e monitorar as atividades dos prestadores de serviços de educação. "Foi um
importante passo para o fortalecimento da nossa luta contra a privatização da
educação pública no âmbito nacional”, avalia Maria Rehder, coordenadora de
projetos da Campanha Nacional pelo Direito à Educação. Fonte: Rede Brasil Atual
Maioria de conselheiros de Temer está ligada
ao setor privado – O ministro da Educação, Mendonça Filho,
deu posse ontem no dia 11 a 12 integrantes do Conselho Nacional de Educação
(CNE). Dos seis nomes indicados pelo interino Michel Temer (PMDB), quatro estão
ligados à iniciativa privada. Nilma Fontanive é coordenadora do Centro de Avaliação
da Fundação Cesgranrio; Suely Melo Menezes é diretora-geral do Colégio e das
Faculdades Integradas Ipiranga; Antônio Araújo Júnior é pró-reitor de ensino e
pós-graduação da Fundação Getúlio Vargas; e Antonio Carbonari Netto é vice-presidente
de Desenvolvimento e Expansão da Ser Educacional. Também no dia 8, Temer e
Mendonça Filho “convocaram o empresariado a se unir ao governo na luta pela
qualidade da educação”, na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em
Brasília. Fonte: Contee
CONJUNTURA
g Centrais
rechaçam proposta de jornada de 80 horas – Seis centrais sindicais do
país emitiram nota no dia 8 para rechaçar as declarações do presidente da
Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga. No texto, as entidades
afirmam que “propor uma jornada de 80 horas semanais é uma provocação ao povo
brasileiro”. Leia
g Opinião: O
golpe ruralista e o preço do feijão -
No mesmo período em que a área plantada de arroz e feijão caiu 44% e 36%,
respectivamente, a área de soja aumentou 161%, enquanto o milho aumentou 31% e
a cana, 142%. Somados os três produtos, temos 72% da área agricultável do
Brasil com apenas três culturas. Leia
g Comissão
aprova retirada da exclusividade sobre a exploração do pré-sal - Os opositores do projeto
argumentaram que uma das sequelas mais graves do PL, caso seja aprovado em
plenário, será a redução dos investimentos nas áreas de saúde e educação. Leia
Lançada a Frente Nacional contra projeto Escola sem Partido - Foi lançada no dia 13 uma Frente Nacional que pretende
articular esforços contra os projetos baseados na plataforma Escola sem
Partido, que atualmente tramitam em várias casas legislativas pelo país,
inclusive a Câmara e o Senado. Os projetos alegam defender a
"neutralidade" na educação, mas tem sido vista como forma de censurar
a discussão política nas salas de aula. O evento ocorreu no auditório do Instituto
de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), no centro da capital fluminense, e reuniu ativistas pelo
direito à educação de todo o país – estudantes, educadores, sindicatos e
centrais, associações de classe, partidos políticos e entidades da sociedade
civil. "O projeto Escola sem Partido é a sequência de um processo de
restrição da liberdade, aquilo que a literatura chama de Estado de
exceção", classifica o professor da Gaudêncio Frigotto. Fonte: Rede Brasil Atual
Escola sem Partido é mais autoritário que currículo da ditadura –
O projeto Escola sem Partido, que alega combater a doutrinação de esquerda nas
escolas e defender uma educação supostamente neutra, tem um viés mais autoritário
que o currículo educacional desenvolvido durante a ditadura (1964-1985), na
avaliação do professor Alexandre Pianelli Godoy, doutor em História Social pela
PUC-SP. “Por incrível que pareça, embora no período da ditadura houvesse os
guias curriculares e certa vigilância sobre o professor e o conteúdo que seria
dado, os docentes não eram pressionados a ensinar desta ou daquela maneira”,
afirmou. O ‘Escola sem Partido’ foi idealizado em 2004, pelo procurador do
estado de São Paulo Miguel Nagib, que enxergou conteúdo ideológico após um
professor de sua filha citar que o revolucionário argentino Che Guevara e o
santo católico São Francisco de Assis, abandonaram a riqueza pela causa que
acreditavam. Fonte: Rede Brasil Atual
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