sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Educa.com - 14.10.2016 - Vem aí as aulas do tipo 'Macgyver'



Edição Bragança Júnior (MG4731JP) - http://blogeducapontocom.blogspot.com.br/ - Uberaba, 14 de Outubro de 2016N º 316
 
VEM AÍ AS AULAS DO TIPO ‘MACGYVER’!

O Ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), disse em entrevista que o problema da educação “não é a falta de dinheiro” ao comentar sobre o congelamento de gastos do setor por vinte anos que está sendo aprovado pelos deputados. Assim, confirma que a partir de 2018, a educação vai depender da sociedade e imaginação. O jornalista Leonardo Sakamoto identificou que as aulas do futuro do país serão do tipo MacGyver: ''Agora eu pego essa ripa de madeira de demolição, junto com esses potes de azeitona usados, coloco esses dois pregadores de roupa, mais essa corda de sisal… Pronto! Eis um laboratório de química para o ensino médio!'' Para o jornalista está sendo construído um discurso em que vai se jogar nas costas dos professores o sucesso ou fracasso das políticas de educação pública.


PEC 241: Grande mídia não mostra consequências e debates
Nos noticiários, onlines e jornalões, a proposta de congelar investimentos do Estado, ao longo de vinte anos, vem sendo apresentada com uma naturalidade digna de Oscar. Trata-se de uma “necessidade”, afirmam comentaristas e selecionados “especialistas”. Nenhum aprofundamento sobre as graves consequências da PEC 241 em áreas vitais como saúde, educação, saneamento básico ou cortes dos programas sociais. Nenhum debate efetivo sobre o impacto da PEC 241 no salário mínimo, que passará a ser reajustado apenas pela inflação. A população brasileira segue sob a condução de um governo que não elegeu, sem possibilidade de opinar e sem a necessária informação sobre as consequências em suas vidas. Veja algumas delas.  Fonte: Carta Maior

“A proposta aprovada acaba com o reajuste do salário mínimo acima da inflação. Se a PEC aprovada estivesse em vigor desde 2003, o salário mínimo – hoje R$ 880 – seria só de R$ 509”.
DIAP
“O congelamento dos investimentos prejudica o crescimento econômico: no círculo vicioso da austeridade, cortes do gasto público induzem a redução do crescimento que provoca novas quedas de arrecadação que, por sua vez, exige novos cortes de gasto.”
Sociedade Brasileira de Economia e Política
“O objetivo da PEC 241 não é o ajuste fiscal (necessário), mas sim a redução o tamanho do Estado (desnecessário). O objetivo geral da luta de classes neoliberal é reduzir os salários diretos e indiretos dos trabalhadores”                           Economista Luiz Carlos Bresser Pereira
 
EDITORIAL
População vai demorar para entender a cilada do congelamento - A Câmara dos Deputados passou em primeira votação nesta semana a proposta de emenda constitucional que cria um teto para os gastos públicos - a PEC 241 -, que congela as despesas do Governo Federal, com cifras corrigidas pela inflação, por 20 anos. A medida ainda tem de passar pelo Senado, antes do presidente publicar sua validade. Para justificar a medida, o governo Temer (PMDB) argumenta que “não se pode gastar mais do que se arrecada”. Há ainda os que acreditam que “com menos recursos haverá menos desperdício e corrupção”. Esses argumentos são repetidos em exaustão na grande mídia. Desta forma, encobre-se a grande cilada que representa a nova lei. O impacto maior serão nos serviços sociais. A mudança desobriga o governo a aplicar percentual mínimo da arrecadação na educação. Os dirigentes municipais fizeram as contas: a educação vai deixar de receber R$ 58 bilhões em dez anos. A medida impede ainda o cumprimento das metas previstas no Plano Nacional da Educação. Na saúde, o drama não será menor. O congelamento de recursos nos níveis inadequados atuais e o envelhecimento da população podem fazer multiplicar as filas nos hospitais e aumentar as já dolorosas dificuldades da saúde pública brasileira. A implantação da PEC será um freio no desenvolvimento, uma conformação com as condições atuais da prestação de serviços públicos. Assim, para melhorar um serviço, outro deixará de ser oferecido. O futuro de muitos pode estar comprometido. Será assim, na dor demorada, que muitos vão perceber o real significado deste congelamento de duas décadas. Anízio Bragança Júnior, artigo do Jornal Expresso.

Dia do professor: Presente da PMU foi ‘trabalhar no
feriado’ Na semana que se comemora o dia do professor, a Prefeitura de Uberaba deu um “presente de grego” para os educadores. Transformou um feriado (12 de outubro) do calendário em dia letivo. Pior, no dia anterior da folga e sem consultar os educadores. A medida provocou descontentamento e nervosismo em grande parte da categoria, que procurou o Sindemu para reclamar da medida. “Os educadores pediram recesso até para combinar com o baile do sindicato no dia 15 na Casa do Folclore e receberam punição”, observa o presidente do Sindicato, Professor Adislau Leite.    

Diário de Classe – Estamos estudando ação judicial contra a PMU – A decisão
tomada pela Secretaria da Educação de trabalhar no feriado foi uma total falta de respeito e postura diante dos educadores. Foram muitos que reclamaram do constrangimento por ter agendado compromissos sociais (visitas familiares, viagens, dia com a família, etc) e não poder cumpri-los. Não houve qualquer consulta ao sindicato, representante legal da categoria – consulta a diretores escolares não se justifica. Temos insistido na negociação e vamos continuar, mas estamos estudando nova ação judicial contra a PMU, porque trabalho no feriado deve ser pago em dobro e previsto no calendário escolar. Professor Adislau Leite

TCU libera nomeação de Português e matemática – De acordo com a secretária municipal de Administração, Eclair Gonçalves, não há mais impedimento por parte do TCE e agora as nomeações serão realizadas conforme a demanda apresentada pelas secretarias.

CONJUNTURA    
g  PEC 241 é gatilho para reforma da previdência – A PEC que congela o gasto público por 20 anos vem antes das mudanças previdenciárias, na perspectiva de que o fim justifica os meios. Se o Congresso aprovar esse limite de gastos, terá que dar os meios, e a reforma da previdência será essencial para esse fim. Leia
g  Sobe para 300 as escolas ocupadas no Paraná – Subiu para trezentas as escolas ocupadas na rede pública do Paraná. A disparada no número das ocupações ocorreu depois que o governador Beto Richa (PSDB) declarou guerra aos estudantes. Leia
g  Oito vereadores mantêm veto à licença paternidade de 20 dias O veto do prefeito Paulo Piau (PMDB) não indicou a criação pela PMU do benefício. Leia
g “O pequeno príncipe” disponível em recurso de acessibilidade – O livro "O Pequeno Príncipe", do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry, está disponível com diversos formatos e recursos de acessibilidade. O conteúdo é gratuito e de livre acesso. Confira.

TJ confirma reposição na carreira de professora readaptada Professora da rede municipal de Uberaba obteve vitória importante na justiça (2ª instância) contra a Prefeitura de Uberaba que se negou a reposicionar a educadora na carreira por conta de conclusão do curso de especialização. A profissional está na Prefeitura desde 1986 e foi readaptada para a função de auxiliar de biblioteca por problemas de saúde. Em 2011, a educadora concluiu curso de especialização e solicitou o reposicionamento na carreira da classe A para a classe C, o que lhe garantiria um reajuste de 15% nos vencimentos. A Prefeitura negou a ascensão alegando nos tribunais que “indo para a biblioteca, a professora não teria direito aos benefícios da carreira”. O Tribunal de Justiça, no entanto, discordou da PMU e observou que a readaptação por motivo de saúde não se desvincula do cargo de origem. A decisão do TJ mantém decisão de primeira instância e condena a PMU a pagar as vantagens devidas.  

Seminário de formação em Políticas educacionais – Diversidade
Odila Fernandes: É possível fazer grandes mudanças!
Estamos vivendo agora um momento de reação sem saber ao certo onde se vai chegar. Lembramos que na história já colhemos frutos de avanços em vários setores, como a luta antimanicomial e a retirada da homosexualidade da lista internacional de doença em 1990. Os exemplos mostram que é possível organizar a luta (e não temos alternativa) contra grandes desafios. As mudanças são muito lentas, pois há muita resistência do que predomina no momento. Por isso, é importante compreender as forças a favor e contrárias para ver onde se quer chegar. Tivemos século de rejeição ao mundo sensível, com Platão anunciando a busca da perfeição pela destruição do ser. Essas ideias socias perduraram muito tempo até que pensadores recentes desafiassem esse premissa. Entre eles Delleuze, que aponta a insuficiência da razão para apreender a realidade, uma vez que o ser se completa pela diferença e no uso dos seus cinco sentidos. Muitos grupos têm feito a defesa da diferença, para tentar mudar as realides sociais, entre elas a educação. Com lideranças, coragem e força é possível fazer grandes mudanças.  
(Síntese subjetiva de Anízio Bragança Júnior do conteúdo da palestra da psicóloga Odila Maria Fernandes, no dia 24 de setembro de 2016).

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