sábado, 8 de outubro de 2016

Educa.com - 08.10.2015 - Congelamento por 20 anos obtém a 1ª vitória

Edição Bragança Júnior (MG4731JP) - http://blogeducapontocom.blogspot.com.br/ - Uberaba, 08 de Outubro de 2016N º 315
 
CONGELAMENTO POR 20 ANOS OBTÉM 1ª VITÓRIA

A comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou no dia 6 a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 241, que congela os gastos do governo federal por 20 anos. A mudança deverá ter impacto significativo no financiamento da educação uma vez que derruba a obrigatoriedade de o governo federal de investir 18% do orçamento na educação, prevista na Constituição de 1988. O gasto passaria a ter um teto no orçamento de 2017 mais a inflação, mesmo se não houver mais crise. A proposta vai à votação e precisa ter 308 votos dos 513 deputados, além de 49 dos 81 senadores. Os defensores alegam a necessidade de reduzir o déficit para recuperar a economia. Mas estudo realizado pela Câmara dos Deputados diz que as perdas de investimento na educação chegariam a R$ 17 bilhões até 2025 e R$ 58,5 bilhões em 10 anos.
Por que a PEC 241 será um desastre para a educação?

“Nenhum centavo novo vai chegar para construir escolas, pré-escolas, creches, melhorar as universidades públicas, a educação básica, o salário dos professores”.
Campanha Nacional pelo Direito à Educação

“Para se atingir algumas das metas do PNE será necessária a criação de 3,4 milhões de matrículas na creche, 700 mil na pré-escola, 500 mil no fundamental, 1,6 milhão no médio e 2 milhões no superior público. Ou seja, ao invés de limitar gastos, é preciso ampliá-los.”
União Nacional dos Dirigentes Municipais da Educação – Undime

“O Brasil precisa melhorar a qualidade do ensino, aperfeiçoar a formação dos professores, garantir bons salários e planos de carreira a eles. Isso só será possível com mais investimento e gestão responsável e transparente”                        Maria Alice Setúbal, presidente do Cenpec

“A PEC representa um retrocesso. Estabelecer um teto para a área para os próximos 20 anos significa ignorar a situação atual do ensino e se conformar com um futuro sem avanços.”
Todos pela Educação

EDITORIAL
E nem: o circo está de volta! - Minha filha assiste e parte do jornal na TV e olha abismada com a situação da escola pública. São reportagens sobre o resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Pior, milhares t ê m a mesma reação todo o ano diante de números e críticas, sem entender que os estes são imprecisos e parciais. E as comparações não tem qualquer sentido. Explico melhor: O Enem é um exame voluntário e muitos alunos não fazem o exame. Por isso, o resultado divulgado ignora as escolas onde menos de 50% dos alunos deixam de fazer. Assim, 60% das escolas do Brasil não estão na lista. Isso é um extrato da realidade? Por outro lado, a situação de uma escola pode ser revelada por 50% dos seus alunos? A distorção é tão grande são 40% das escolas com nível sócio econômico alto ou muito alto no resultado e apenas 5% das escolas com nível sócio econômico baixo. Isso não é representação do Brasil. E como comparar uma escola particular de ponta ($$) com uma escola da periferia, recheada de problemas sociais? Também até o ano passado, o ranking desprezava as notas da redação. Sabia? Esse ano são divulgadas duas listas, mas qual est á sendo usada? Pode-se também avaliar o trabalho de uma escola somente no resultado dos alunos em testes? O que o Enem revela é o que todo mundo já sabe: a educação tem muitas dificuldades. O restante – embora pintado de várias cores – é apenas um espetáculo da mídia, que como um circo, deixa boquiabertos os telespectadores. Num segundo momento, serão os vencedores recheando a mídia de publicidade se enaltecendo pelo resultado obtido. Anízio Bragança Júnior, artigo do Jornal Expresso.

Com 1 dia letivo a mais, Sindemu pede recesso para 13 e 14 A rede municipal de ensino está com um dia a mais no calendário escolar. O dia não previsto foi trabalhado em data reservada para dia escolar do projeto Pró-ler, que não aconteceu este ano. Diante da situação, o Sindemu pediu em ofício à Secretaria da Educação que promova dois dias de recesso na semana do professor. Além do feriado na quarta (12), teremos o dia do professor comemorado no próximo dia 15 com uma grande fesa promovida pelo sindicato.
  
Diário de Classe – Agradeço o apoio de todos! – Informo a todos que na eleição
tive 728 votos para vereador, sendo o segundo mais votado na coligação PCdoB/PTC. A equipe, porém, não teve nenhum vereador eleito ao somar 7,8 mil votos, quando precisava alcançar 10,5 mil. Agradeço a todos que me apoiaram nas mais diversas formas e me incentivaram a lutar por um sonho coletivo de ter um representante da educação básica na Câmara. Saio satisfeito com a consciência de que esforcei e fiz o melhor que pude para cumprir meu dever. Volto à presidência do sindicato e continuarei (como toda equipe do Sindemu) a promover e defender da melhor forma possível os educadores da rede. Professor Adislau Leite

Dia da Criança: Sindemu é ponto de coleta de brinquedos – Educadores que participam da ONG Corações Valentes estão se preparando para fazer uma grande festa na comunidade da Baixa, no próximo dia 12 de outubro. A ideia do grupo de assistência social é compartilhar com as crianças momentos de alegria. O evento tem apoio do Sindemu, que é também ponto de coleta para doação de brinquedos. Corações Valentes é um grupo de amigos unidos pelo proposito de ajudar o próximo através de ações sociais. O grupo é aberto à participação de voluntários. Maiores informações: (34)991739669

CONJUNTURA    
g  Mais um capítulo do golpe: Câmara aprova entrega do pré-sal – Na prática, o PL destrói a conquista da destinação dos royalties do petróleo para políticas educacionais e inviabiliza o cumprimento das metas do Plano Nacional de Educação (PNE). Leia
g  CNTE repudia agressões durante a votação da PEC 241 – Além dos insultos de parlamentares dirigidos a manifestantes, houve agressão física por agentes da polícia parlamentar contra o professor Carlos Guimarães, da APEOESP-SP. Leia
g  Minas tem 1ª escola ocupada contra a reforma do ensino médio Desde o dia 6 o Colégio Estadual Central em Belo Horizonte está ocupado por alunos em protesto contra reformas do governo. Em todo o país já são 48 escolas ocupadas. Leia
g  Educação física é a 2ª licenciatura com mais alunos no País Desobrigado do Ensino Médio concentra 10,2% das matrículas na graduação em licenciaturas e só é ultrapassada pelas matrículas em pedagogia (44,3% do total de matrículas). Leia

Seminário de formação em Políticas educacionais - Conjuntura nacional
Édson de Paula: A escola serve para conformar a realidade
O Brasil dos últimos anos adotou uma política que desafiou a lógica internacional ao fortalecer blocos não hegemônicos mundiais, como o Mercosul e Brics. Também efetivou políticas de soberania e diplomacia, retomada de investimentos, reindustrialização, financiamento da agroindústria e empresas nacionais. Esta medida possibilitou o deslocamento de classes sociais, com o aumento da classe média. No entanto, a produção econômica e de bens não evolui no mesmo ritmo de expansão social. Assim, o setor médio da população passou a dividir espaço com a classe ascendente e passou a ter a sensação de que perdeu direitos que tinha anteriormente, quando na verdade apenas passou a dividir espaços. Esse movimento do Brasil promoveu várias reações do imperialismo internacional: financiamento de ONGs para combater as mudanças, pressão comercial, financiamento de poderes militares, uso de poder político e ideológico via grandes empresas de mídia. Neste cenário de disputa, o mercado vê a educação como uma preparação da mão-de-obra (mercadoria). Por outro lado veicula pela escola a ideologia de pacificação da realidade marcada por uma super concentração de riqueza. Assim, a escola teria o papel de conformar a juventude para esta realidade de exploração, cujo sucesso seria (ideologicamente) obtido pelo mérito individualista e a felicidade por bases materiais a serem conquistadas individualmente.
(Síntese subjetiva de Anízio Bragança Júnior do conteúdo da palestra do professor Édson de Paula, no dia 24 de setembro de 2016).

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