Edição Bragança Júnior (MG4731JP) -
http://blogeducapontocom.blogspot.com.br/ - Uberaba, 08 de Outubro de 2016 – N
º 315
CONGELAMENTO
POR 20 ANOS OBTÉM 1ª VITÓRIA
A comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou no dia 6 a PEC
(Proposta de Emenda Constitucional) 241, que congela os gastos do governo
federal por 20 anos. A mudança deverá ter impacto significativo no
financiamento da educação uma vez que derruba a obrigatoriedade de o governo
federal de investir 18% do orçamento na educação, prevista na Constituição de
1988. O gasto passaria a ter um teto no orçamento de 2017 mais a inflação,
mesmo se não houver mais crise. A proposta vai à votação e precisa ter 308
votos dos 513 deputados, além de 49 dos 81 senadores. Os defensores alegam a
necessidade de reduzir o déficit para recuperar a economia. Mas estudo
realizado pela Câmara dos Deputados diz que as perdas de investimento na educação
chegariam a R$ 17 bilhões até 2025 e R$ 58,5 bilhões em 10 anos.
Por que a PEC 241 será um desastre para
a educação?
“Nenhum centavo novo vai chegar para construir
escolas, pré-escolas, creches, melhorar as universidades públicas, a educação
básica, o salário dos professores”.
Campanha Nacional pelo Direito à Educação
“Para se atingir algumas das metas do PNE será
necessária a criação de 3,4 milhões de matrículas na creche, 700 mil na
pré-escola, 500 mil no fundamental, 1,6 milhão no médio e 2 milhões no superior
público. Ou seja, ao invés de limitar gastos, é preciso ampliá-los.”
União Nacional dos Dirigentes Municipais da Educação – Undime
“O Brasil precisa melhorar a qualidade do
ensino, aperfeiçoar a formação dos professores, garantir bons salários e planos
de carreira a eles. Isso só será possível com mais investimento e gestão
responsável e transparente” Maria Alice Setúbal, presidente do Cenpec
“A PEC representa um retrocesso. Estabelecer
um teto para a área para os próximos 20 anos significa ignorar a situação atual
do ensino e se conformar com um futuro sem avanços.”
Todos pela Educação
EDITORIAL
E nem: o circo está de volta! - Minha filha assiste e parte do jornal na TV e olha abismada com a
situação da escola pública. São reportagens sobre o resultado do Exame Nacional
do Ensino Médio (Enem). Pior, milhares t ê m a mesma reação todo o ano diante
de números e críticas, sem entender que os estes são imprecisos e parciais. E
as comparações não tem qualquer sentido. Explico melhor: O Enem é um exame
voluntário e muitos alunos não fazem o exame. Por isso, o resultado divulgado
ignora as escolas onde menos de 50% dos alunos deixam de fazer. Assim, 60% das
escolas do Brasil não estão na lista. Isso é um extrato da realidade? Por outro
lado, a situação de uma escola pode ser revelada por 50% dos seus alunos? A
distorção é tão grande são 40% das escolas com nível sócio econômico alto ou
muito alto no resultado e apenas 5% das escolas com nível sócio econômico
baixo. Isso não é representação do Brasil. E como comparar uma escola
particular de ponta ($$) com uma escola da periferia, recheada de problemas
sociais? Também até o ano passado, o ranking desprezava as notas da redação.
Sabia? Esse ano são divulgadas duas listas, mas qual est á sendo usada? Pode-se
também avaliar o trabalho de uma escola somente no resultado dos alunos em
testes? O que o Enem revela é o que todo mundo já sabe: a educação tem muitas
dificuldades. O restante – embora pintado de várias cores – é apenas um
espetáculo da mídia, que como um circo, deixa boquiabertos os telespectadores.
Num segundo momento, serão os vencedores recheando a mídia de publicidade se
enaltecendo pelo resultado obtido. Anízio
Bragança Júnior, artigo do Jornal Expresso.
Com 1 dia letivo a mais, Sindemu pede recesso para 13 e 14 –
A rede municipal de ensino está com um dia a
mais no calendário escolar. O dia não previsto foi trabalhado em data reservada
para dia escolar do projeto Pró-ler, que não aconteceu este ano. Diante da
situação, o Sindemu pediu em ofício à Secretaria da Educação que promova dois
dias de recesso na semana do professor. Além do feriado na quarta (12),
teremos o dia do professor comemorado no próximo dia 15 com uma grande fesa
promovida pelo sindicato.
Diário de Classe – Agradeço o apoio de todos! – Informo a todos que na
eleição
tive 728 votos para vereador, sendo o segundo mais votado na coligação
PCdoB/PTC. A equipe, porém, não teve nenhum vereador eleito ao somar 7,8 mil
votos, quando precisava alcançar 10,5 mil. Agradeço a todos que me apoiaram nas
mais diversas formas e me incentivaram a lutar por um sonho coletivo de ter um
representante da educação básica na Câmara. Saio satisfeito com a consciência
de que esforcei e fiz o melhor que pude para cumprir meu dever. Volto à
presidência do sindicato e continuarei (como toda equipe do Sindemu) a promover
e defender da melhor forma possível os educadores da rede. Professor
Adislau Leite
Dia da Criança:
Sindemu é ponto de coleta de brinquedos – Educadores que
participam da ONG Corações Valentes estão se preparando para fazer uma
grande festa na comunidade da Baixa, no próximo dia 12 de
outubro. A ideia do grupo de assistência social é compartilhar com as crianças
momentos de alegria. O evento tem apoio do Sindemu, que é também ponto de
coleta para doação de brinquedos. Corações Valentes é um grupo de amigos unidos
pelo proposito de ajudar o próximo através de ações sociais. O grupo é aberto à
participação de voluntários. Maiores informações: (34)991739669
CONJUNTURA
g Mais um capítulo do golpe: Câmara aprova entrega
do pré-sal –
Na prática, o PL destrói a conquista da destinação dos royalties do petróleo
para políticas educacionais e inviabiliza o cumprimento das metas do Plano
Nacional de Educação (PNE). Leia
g CNTE repudia agressões durante a votação da PEC
241 – Além dos
insultos de parlamentares dirigidos a manifestantes, houve agressão física por agentes
da polícia parlamentar contra o professor Carlos Guimarães, da APEOESP-SP. Leia
g Minas tem 1ª escola ocupada contra a reforma
do ensino médio –
Desde
o dia 6 o Colégio Estadual Central em Belo Horizonte está ocupado por alunos em
protesto contra reformas do governo. Em todo o país já são 48 escolas ocupadas. Leia
g Educação física é a 2ª licenciatura com mais
alunos no País –
Desobrigado
do Ensino Médio concentra 10,2% das matrículas na graduação em
licenciaturas e só é ultrapassada pelas matrículas em pedagogia (44,3% do total
de matrículas). Leia
Seminário de formação em Políticas educacionais - Conjuntura nacional
Édson
de Paula: A escola serve para conformar a realidade
O
Brasil dos últimos anos adotou uma política que desafiou a lógica internacional
ao fortalecer blocos não hegemônicos mundiais, como o Mercosul e Brics. Também
efetivou políticas de soberania e diplomacia, retomada de investimentos, reindustrialização,
financiamento da agroindústria e empresas nacionais. Esta medida possibilitou o
deslocamento de classes sociais, com o aumento da classe média. No entanto, a
produção econômica e de bens não evolui no mesmo ritmo de expansão social.
Assim, o setor médio da população passou a dividir espaço com a classe
ascendente e passou a ter a sensação de que perdeu direitos que tinha
anteriormente, quando na verdade apenas passou a dividir espaços. Esse
movimento do Brasil promoveu várias reações do imperialismo internacional:
financiamento de ONGs para combater as mudanças, pressão comercial,
financiamento de poderes militares, uso de poder político e ideológico via
grandes empresas de mídia. Neste cenário de disputa, o mercado vê a educação
como uma preparação da mão-de-obra (mercadoria). Por outro lado veicula pela
escola a ideologia de pacificação da realidade marcada por uma super concentração
de riqueza. Assim, a escola teria o papel de conformar a juventude para esta
realidade de exploração, cujo sucesso seria (ideologicamente) obtido pelo
mérito individualista e a felicidade por bases materiais a serem conquistadas
individualmente.
(Síntese
subjetiva de Anízio Bragança Júnior do conteúdo da palestra do professor Édson
de Paula, no dia 24 de setembro de 2016).
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