quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Educa.com - 29.09.2016 - Seminário abriu espaço de formação política



Edição Bragança Júnior (MG4731JP) - http://blogeducapontocom.blogspot.com.br/ - Uberaba, 29 de Setembro de 2016N º 314
 
SEMINÁRIO ABRIU ESPAÇO DE FORMAÇÃO POLÍTICA
Mais de cem educadores participaram do Seminário de formação em Políticas Educacionais realizado pelo Sindemu e a Fitee (Federação dos Trabalhadores dos estabelecimentos de ensino) no último final de semana no SESC. Professores e especialistas debateram importantes temas do momento: conjuntura, diversidade, escola sem partido e previdência. “O seminário abriu importante espaço na formação política dos educadores. A diretoria do sindicato ficou satisfeita com o evento e seus objetivos alcançados”, analisa o presidente Bruno Ferreira. Nas próximas edições, o Educa.com irá apresentar sínteses de debates do encontro. Nesta edição, o professor José Henrique Néspoli aponta como uma transformação histórica dos anos 70 impôs um modelo de cultura educacional que levou à crise atual do setor. (Página 3).

Contee: ‘Enfrentar retrocessos exige vez e voto para a
educação’ Por insistir na mobilização pelo fortalecimento da educação pública e na reversão de prejuízos aos educadores e aos sistemas de ensino, a Contee (Confederação dos Trabalhadores nas empresas de Educação) trouxe de volta a campanha “Voto, voz e vez para a educação”. “Enfrentar retrocessos é nosso papel no dia a dia, que também deve se refletir nas urnas, elegendo candidatos realmente comprometidos com uma educação pública, gratuita, democrática, de qualidade e promotora da igualdade” diz nota da entidade. Eleitos com esse perfil fiscalizam o cumprimento dos planos educacionais e enfrentam as tentativas de criminalização dos professores e ataques aos direitos previdenciário e trabalhista. 

EDITORIAL
Uma ação simples de um vereador por beneficiar muita gente - Quem vota em “um amigo” está errado. A pura amizade está distante de reconhecer o preparo e a vocação para dialogar e construir novas realidades para setores da sociedade. Quem vota pensando em benefícios pessoais estraga a sociedade. Ao buscar a vantagem, o eleitor legitima um vereador a fazer uso do mandato para obter também vantagens pessoais. Quem vota para “ajudar” uma pessoa despreza o restante da sociedade que espera também ser ajudado, mas com a eleição de representante digno e batalhador. Quem vota sem analisar os demais candidatos do partido ou coligação peca por ingenuidade. A eleição de vereador é coletiva e um candidato ajuda a eleger o colega (e vice-versa). Quem vota em qualquer um quando está desiludido e descrente, acaba deixando pior a política. Pois seu voto – provavelmente – irá beneficiar aqueles que justamente quer negar. Quem não vê perspectivas, anular o voto é uma decisão sábia. No entanto, quem olha todas as candidaturas percebe que há pessoas sérias, honradas e que em sua trajetória de vida ou profissional tem dado o melhor pela comunidade onde atua. São merecedores do voto. Poucos sabem, mas uma ação simples de um vereador pode beneficiar muita gente (e não só prejudicar). E, quem é perspicaz e não fica iludido pela grande mídia, sabe que o momento que vivemos é único e esperançoso, inclusive para a política. É hora de tirar o desânimo de lado e dar o melhor de si para achar o vereador que melhor irá representar a comunidade ou seu segmento. Anízio Bragança Júnior, artigo do Jornal Expresso.

Formação à distância para combater sobrecarga do educador   – O Sindicato dos Educadores do Município de Uberaba (Sindemu) está solicitando à Prefeitura novas modalidades de formação continuada feita à distância. A medida visa tirar peso das costas dos educadores com a sobrecarga de trabalho, a partir da lei do magistério do ano passado (501). O presidente interino Bruno Ferreira faz críticas severas ao modelo atual de formação em serviço avaliando-o como “cansativo e contraproducente”. “Hoje há várias plataformas viáveis e há muitos benefícios quando o educador escolhe o horário para estudar”, ressalta Ferreira. Professores com dois cargos na PMU são os que mais sofrem com o excesso da formação.

Dia da Criança: Sindemu é ponto de coleta de brinquedos – Educadores que participam da ONG Corações Valentes estão se preparando para fazer uma grande festa na comunidade da Baixa, no próximo dia 12 de outubro. A ideia do grupo de assistência social é compartilhar com as crianças momentos de alegria. O evento tem apoio do Sindemu, que é também ponto de coleta para doação de brinquedos. Corações Valentes é um grupo de amigos unidos pelo proposito de ajudar o próximo através de ações sociais. O grupo é aberto à participação de voluntários. Maiores informações: (34)991739669

CONJUNTURA    
g  Enquete do Senado: Sociedade rejeita reforma do ensino médio Até a publicação desta matéria, 33.212 pessoas se posicionaram contra a medida, que é apoiada por 1.438 internautas. Leia
g  Daniel Cara: Intenção do governo é fugir do debate educacional – Dificilmente essas decisões por medida provisória serão adotadas de fato sem discussão com professores e redes de ensino. Leia
g  Coordenador do Ensino Médio virá do privatismo – O novo Coordenador Nacional Geral do Ensino Médio é o atual Superintendente do Ensino Médio em Goiás, estado que está privatizando a educação para Organizações Sociais (OSs). Leia
 

Previdência: Idade mínima de 65 anos é só o começo do golpe – O aumento da idade mínima para 65 anos, igualando homens e mulheres na reforma da Previdência proposta pelo governo Temer (PMDB), pode também estabelecer uma espécie de “gatilho” que permitiria elevar ainda mais o piso da idade, conforme a quantidade de anos de vida da população após a aposentadoria. A reforma que será apresentada pelo governo também deve propor a elevação do tempo mínimo de contribuição (atualmente de 15 anos para aposentadoria por idade) para 25 anos, e vincula o pagamento integral do benefício a um período maior de contribuição, entre 45 e 50 anos. O governo Temer recuou da sua intenção inicial de enviar ainda em setembro o texto da reforma da Previdência para o Congresso e adiou a apresentação para novembro, após o segundo turno das eleições municipais. Fonte: Bancários SP

Seminário de formação em Políticas educacionais - Conjuntura internacional
Néspoli: Crise de 30 anos ‘alavanca’ mais neoliberalismo

A derrota de um projeto alternativo de mundo dos anos 70 também significou derrota profunda aos trabalhadores. Da escola com o objetivo de emancipação das pessoas de modo universal, humanista e transformadora, foi se sobrepondo a escola que prioriza a formação técnica para o trabalho. Isso foi possível diante do rebaixamento cultural advindo das transformações da globalização neoliberal. O Estado passou a ser apresentado como o culpado de tudo e a felicidade seria possível somente no mercado e no consumo. Essa foi a versão cultural que impôs os novos modelos de gestão da educação e das políticas educacionais. Com a atuação direta do Banco Mundial foi possível financiar esse modelo que consolidou o controle do currículo e a apresentação do conhecimento como mercadoria. Assim, apresentam-se áreas de conhecimento de maior e menor interesse para o mercado. O conhecimento (que não é trocado) passou então por profunda desvalorização, criando-se pedagogias de competências e a meritocracia. Após três décadas de gestão neoliberal e muita precarização colhe-se uma incrível crise mundial na educação, com escolas virando ambientes de guerra e conflito. A crise, no entanto, não tem levado a uma reversão de sua tendência. Pior, a crise tem alavancado ainda mais a gestão neoliberal. E o que vemos hoje é uma regressão social incalculável, cuja “saída” apontada pelo mercado é mais corte de gastos. As escolas hoje vivem um ambiente que não é propício ao conhecimento universal, até porque as pessoas estão focadas (“globalizadas”) no consumismo e na moda. Mas mesmo diante desse cenário precisamos deixar claro e reafirmar o nosso projeto de uma educação voltada para a emancipação das pessoas a partir da disponibilidade do conhecimento desenvolvido. (Síntese subjetiva de Anízio Bragança Júnior do conteúdo da palestra do professor José Henrique Néspoli, no dia 23 de setembro de 2016).

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