quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Educa.com - 27.01.2016 - Com reajuste, professor da PMU receberá só 59% do piso




Edição Bragança Júnior (MG4731JP) - http://blogeducapontocom.blogspot.com.br/ - Uberaba, 27 de janeiro de 2016 – Nº 279
 


COM REAJUSTE, PROFESSOR DA PMU RECEBERÁ 59% DO PISO
O piso salarial nacional dos professores foi reajustado em 11,36% e chegou a R$ 2.135 em 2016. No entanto, a grande maioria dos educadores da Prefeitura de Uberaba não vai receber esse montante. Quando o reajuste for aplicado – o índice ainda precisa ser confirmado pela administração – uma professora com formação de nível médio/magistério irá receber R$ 1.261 no início da carreira da rede (apenas 59% do valor nacional). Com curso superior, uma professora irá receber R$ 1.639 (76% do piso nacional). O cargo de professor tem jornada de 27 horas (18 aulas com alunos). Já as supervisoras (formação superior) terão salários reajustados para R$ 1.898 (88% do piso) para jornada semanal de 25 horas. As educadoras infantis passarão a receber o valor integral do piso R$ 2.135 para jornada semanal de 39 horas (26 horas com alunos). A negociação entre o Sindemu e a Administração deverá acontecer em fevereiro. 

Confira os valores dos pisos da PMU com o reajuste do piso nacional
FUNÇÃO DOS EDUCADORES
Piso atual - 1 cargo
(1)
Com reajuste de 11,36% (2)
% do piso nacional
(3)
Professor – PEB
R$ 1.133
R$ 1.261
59%
Supervisora pedagógica
R$ 1.705
R$ 1.898
88%
Educadora Infantil
R$ 1.917
R$ 2.135
100%
(1)   Os cargos têm a seguintes jornadas: PEB – 27 horas; Supervisora - 25 horas; Educadora Infantil – 39 horas. Não são somados no piso benefícios não levados para a aposentadoria.
(2)   O reajuste precisa ser confirmado pela Prefeitura em negociação prevista para fevereiro
(3)   O piso nacional de R$ 2.135 é o valor válido para profissionais que atuam na educação básica da rede pública com formação de nível médio (magistério) e em cargos com jornada de até 40 horas. Entende-se que quem possui formação superior deve ganhar acima deste valor. Não vale somar benefícios.

Diário de Classe: Queremos o piso integral para todas as funções Está
prevista para fevereiro a negociação com a Administração Municipal. Nossa pauta pede o reajuste de acordo com a orientação do MEC, mas também quer negociar um calendário para o pagamento integral do piso salarial nacional para um cargo em cada função. No caso, das educadoras infantis, a reivindicação é o piso integral para 30 horas de trabalho. Também estamos reivindicando o tíquete no valor de R$ 600, medidas para evitar a superlotação das salas de aula, revisão das vagas antes da posse do concurso, transformação dos Cemeis em escolas, entre outras. Nossa pauta de reivindicações pode ser conferida no sítio do sindicato. Professor Adislau Leite, presidente do Sindemu
                 
Editorial                                                                                                                               
Usar brecha da lei para parcelar piso não seria caso para Uberaba - O piso salarial nacional do magistério - definido em R$ 2.135 - precisa se tornar uma realidade em todo o país e não ser apenas uma referência para remunerações parciais deste valor. A Prefeitura de Uberlândia deu exemplo em 2015 e instituiu na carreira que nenhum educador irá receber menos do que o piso para um cargo. O Estado de Minas fez um acordo gradativo para pagar o valor para um cargo até 2018. Mas a Prefeitura de Uberaba ainda protela o pagamento do total do piso, fracionando o valor na jornada de 40 horas. Após o reajuste orientado pelo MEC, uma professora da rede local terá um piso equivalente a 59% do valor nacional definido para 2016. Esse salário é mais baixo até entre outras funções da rede, pois há também um erro na somatória semanal da jornada de trabalho. Nem mesmo a concessão de benefícios (tíquetes, gratificações e outros) pode ser motivo de justificativa para não pagar o piso. A lei nacional é clara em não aceitar esses itens. Até porque eles não são mantidos na aposentadoria e muitos são retirados até em licença saúde. Embora a lei deixe brechas para interpretações diferentes, parcelar o valor do piso nacional do magistério é uma medida que deveria ser usada somente por pequenas e as mais pobres cidades do Brasil. Não é o caso de Uberaba. Anízio Bragança Júnior, artigo do Jornal Expresso.

Salários na rede estadual também terão que ter reajuste de 11,36%O acordo assinado entre o governo de Minas e o SindUte em maio do ano passado garante o pagamento integral do piso salarial para um cargo (jornada de 24 horas) gradativamente até 2018. Para chegar ao valor do piso no futuro, o acordo previu o pagamento de abonos e sua incorporação progressiva. Para não ficar com valores defasados o acordo garantiu ainda a atualização de valores do piso nacional. O artigo 3º da lei 21.710/2015 diz que haverá uma lei específica para reajustar os salários na mesma periodicidade da lei federal. O reajuste valerá para os pisos e abonos em vigor. Confira a projeção de reajuste.

FUNÇÃO DOS EDUCADORES
Piso atual –
1 cargo (1)
Abono em vigência (2)
Com reajuste de 11,36% na soma piso + abono (3)
% do piso nacional
(4)
Professor – PEB
R$ 1.455
R$ 190
R$ 1.831
75%
Supervisora pedagógica
R$ 1.455
R$ 190
R$ 1.831
75%
(1)   Os valores são para formação de nível superior. No acordo firmado foram extintos os níveis de formação magistério e licenciatura curta.
(2)   O abono deverá ser incorporado em junho de 2017
(3)   Para chegar a este valor será preciso haver lei específica do governo com o reajuste.
(4)   Considerando apenas o piso reajustado de R$ 1.620. Está previsto chegar a 100% em 1º de junho de 2008.

Promotoria amplia apuração sobre desvios em merenda O procurador-geral de Justiça, Marcio Fernando Elias Rosa, criou uma força tarefa para investigar denúncias de envolvimento do presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado Fernando Capez (PSDB) em esquema de fraudes da merenda escolar desmontado na Operação Alba. Segundo a investigação, a COAF - cooperativa onde se teria instalado organização criminosa - distribuía propinas a agentes públicos no valor de até 25% sobre contratos de venda de produtos agrícolas para a merenda. Fonte: Estadão.

CONJUNTURA
g Mulheres são principais alvos da agenda conservadora do Congresso – Em uma das propostas de lei, as mulheres vítimas de violência sexual não terão mais direito de procurar diretamente a rede de saúde para evitar uma gravidez ou se prevenir de doenças sexualmente transmissível. Antes de receber o atendimento médico, a mulher precisará ser atendida pela polícia e fazer um exame de corpo de delito para provar que realmente foi estuprada. Leia.

g Notas de cotistas na UFMF já supera a dos não cotistas - Cotistas tiveram que alcançar a nota mínima de 750 pontos para garantir uma vaga em medicina, pontuação superior à que a ampla concorrência conquistou em 2013, de 685 pontos. Leia.
g  ONU diz não à privatização e militarização das escolas - Em Genebra (Suíça), o Comitê dos Direitos da Criança da ONU, recomendou que o Brasil interrompa esse tipo de política, bem como a militarização das escolas, considerando-a prejudicial ao direito à Educação das crianças e adolescentes. Leia.

Contra privatização, estudantes ocupam Secretaria de Educação de
Goiás - Estudantes e simpatizantes do movimento que protesta contra a proposta que transfere administração de escolas públicas de Goiás para organizações sociais (OS) ocuparam, na noite de terça (26), a Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esporte (Seduce) do estado. Os manifestantes pedem a suspensão de edital que seleciona organizações sociais para gerir 23 escolas estaduais, em um projeto piloto. A ocupação da Secretaria de Educação ocorre após a retirada de estudantes de escolas. A Polícia Militar negocia a saída dos manifestantes. Pelo Facebook, os estudantes relatam que estão sofrendo agressões e ameaças. Dizem que as desocupações estão sendo feitas com a ajuda de policiais militares e que os pais estão sendo incitados a ficar contra os estudantes. Fonte: Agência Brasil.
 
Professor teme que novo modelo de gestão de escolas desvalorize docentes - As Transferir a administração de escolas estaduais, passando-as para organizações sociais (OS) poderá levar à desvalorização dos docentes, afirma Tadeu Arrais, professor associado do Instituto de Estudos Socioambientais da Universidade Federal de Goiás (UFG). Nessas escolas, será obrigatório um quadro mínimo de 30% de professores efetivos, contratados por meio de concurso público do estado. Os demais poderão ser contratados pelas próprias OS, pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A questão, prevista no edital de chamamento das organizações sociais, divulgado no início deste ano, gerou insegurança entre professores e alunos. Segundo Arrais, não há garantia de estabilidade para o professor. “Como a OS é privada, o orçamento funciona como o de uma empresa: se está apertado, tira de onde? Do salário e, depois, do custeio da máquina”, diz o professor. “É um primeiro passo para a precarização do trabalhador”. Fonte: Agência Brasil

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