Edição
Bragança Júnior (MG4731JP) - http://blogeducapontocom.blogspot.com.br/ - Uberaba, 30 de junho de 2016 – N
º 301
FREITAS DENUNCIA: ESTÁ EM CURSO A DEPROFISSIONALIZAÇÃO DO
EDUCADOR
Está
em curso no Brasil a construção de um projeto que pretende desprofissionalizar
os educadores. A denúncia é do professor da Unicamp Luiz Carlos Freitas e
ocorre pelo cenário de terceirização que está sendo implantado em redes
públicas de ensino (GO, MT, RS, RJ, etc), como uma solução econômica. As
escolas terceirizadas criam necessidade de professores terceirizados e vão recrutar
os que aceitam trabalhar com salários menores, sem estabilidade e receber bônus
para completar salário – em geral jovens e desempregados de qualquer carreira
universitária –, descreve o especialista em educação. Os profissionais formados
em universidades tendem a não aceitar as condições. Então seriam criadas novas
indústrias de formação rápida de professores, ao passo que se inicia uma onda
para desacreditar o ensino das universidades (como “muito téoricos”). A difusão
do argumento do que vale são as técnicas (“teoria atrapalha a prática”) tem
objetivo de justificar um reducionismo na formação, desprofissionalizando o
educador. Com informações do
avaliacaoeducacional.com
“Cursinho pra professor” se
instala no Brasil - Neste cenário,
seria preciso permitir a formação de professores em qualquer lugar ou
instituição, mediada por uma certificação profissional (prova nacional docente?).
Não é por menos que paralelo à privatização de 76 escolas do Mato Grosso, a
americana “Teach for All” iniciou negociações com o governo estadual e está
instalando no Brasil sua filial “Ensina Brasil”, que funciona como uma espécie
de cursinho rápido para professores. Mas o projeto precisa ser amparado também por
uma base nacional curricular comum e por indústrias de sistema de ensino
(apostilamento e sites), já que os novos profissionais serão seguidores de
apostilas e garantidores de metas numéricas. Assim, o trabalho poderia ser
controlado pela gestão. O projeto não é novo, salienta Luiz Carlo Freitas. A atuação
dessas organizações já está em sendo experimentada nos Estados Unidos há vinte
anos, mas sem achar solução para os problemas de ensino. Pior, por lá aumentou
a evasão e rotatividade dos professores. Com
informações do avaliacaoeducacional.com
EDITORIAL
A reforma educacional que desqualifica as
universidades -
A pedagogia nas escolas e a gestão pública educacional do Brasil caminham para
o controle das leis do mercado. Não é algo simples, mas municípios, estados e
(agora) o governo federal estão promovendo ações para criar o ambiente
necessário para este mudança. Essa reforma “empresarial” contrasta com as
teorias construídas nos anos 80 da necessidade do professor especialista e da
formação do educador. A reforma em curso é conservadora e propõe um novo
tecnicismo na formação dos novos educadores. No mercado das escolas
terceirizadas emerge a demanda por professores obedientes – que sigam as apostilas
sem questionar o ensino -, que aceitam ganhar pouco e que cumpram metas
numéricas. Nesta demanda não se encaixam os professores formados em
universidades. Daí a necessidade de minar essa formação. A grande mídia e ONGs
patrocinadas terão papel decisivo em desqualificar na sociedade (massificar) a
desnecessidade da ‘teoria’ universitária e valorizar a ‘técnica’ do ensino.
Irão se valer do fato de que professores que saem da faculdade não estão
‘prontos’. Em parte estão certos, pois os professores como qualquer profissão,
formam sua personalidade profissional nos anos iniciais do trabalho (e por isso
precisam de acompanhamento – como os médicos na residência). Mas isso não
suprime a necessidade da qualificação teórica e nem a formação continuada em
serviço. Discordo desta reforma. Compartilho a defesa da formação sólida e
preparação forte dos novos educadores. A combinação da prática se dá com apoio
e acompanhamento inicial. Além disso, é a boa carreira que possibilita planejar
a vida profissional. Não vejo outro caminho para melhorar a educação. Anízio
Bragança Júnior, artigo do Jornal Expresso.
PMU: ‘Crise financeira’
impede licença paternidade maior –
A Prefeitura de Uberaba alega não tem condições de promover a ampliação da
licença
paternidade para vinte dias ao invés dos cinco atuais. A licença
paternidade maior foi solicitado pela diretoria do Sindicato dos Educadores,
após lei nacional abrir possibilidade do benefício. Em resposta ao Sindicato a
Prefeitura argumentou que o decreto local da crise financeira impede realização
de despesas extras, além de não existir capacidade financeira ao Município para
atender os educadores e os demais servidores. g LICENÇA ADOÇÃO –
Anteriormente a Prefeitura já havia manifestado ao Sindemu que a licença adoção
já foi igualada à maternidade (em 180 dias) por decisão recente do Supremo
Tribunal Federal (STF).
Concurso
liberado: Sindemu garante desconto em exames – O Tribunal de Contas de Minas Gerais liberou a
nomeação dos aprovados no concurso da Prefeitura de Uberaba. Com isso, os
educadores devem começar a ser chamados ainda esta semana. Os nomeados poderão
contar com um importante benefício. O Sindemu fechou convênio com a “Nova
Clínica” garantindo desconto nos exames médicos necessários para a nomeação.
Procedimentos como “laringoscopia” e a “higidez mental”, não previstos no
edital serão necessários, segundo informação do RH do Município ao Sindemu. Os
interessados deverão procurar o sindicato para pegar o encaminhamento com
desconto.
CONJUNTURA
g Professores
aprovam acordo com o SESI: reajuste pelo INPC – O acordo, que deverá ser
assinado nos próximos dias, prevê um reajuste salarial de 7% a ser aplicado no salário
de maio, mais 2,83% no salário de agosto, totalizando o INPC de 9,83%. Quanto
ao tíquete alimentação e o auxílio creche, o reajuste também será de 9,83%. Leia
g Brasil: Professor recebe só 54% do salário de
outros profissionais -
Como é pouco atraente a carreira de professor, isso leva à desvalorização
social. A carreira não é tida como uma boa opção profissional. Leia
g movimentos fazem ‘trancaço’ no MEC - Ato que reuniu profissionais
da educação denuncia o desmanche do Conselho Nacional de Educação - cujos
titulares tinham mandato de quatro anos - pelo interino Michel Temer. Leia
Sem
infraestrutura, 95,5% das escolas descumprem lei -
95,5% das escolas públicas do país descumprem a lei e não oferecem todos os
itens de infraestrutura previstos no Plano Nacional de Educação (PNE). Os dados
são do movimento Todos pela Educação. O levantamento leva em conta aspectos
como acesso à energia elétrica, abastecimento de água tratada, saneamento
básico, espaço para prática esportiva e para acesso a bens culturais e
artísticos, equipamentos e laboratórios de ciência, acessibilidade às pessoas
com deficiência. A infraestrutura essencial, como o acesso à água tratada e
esgoto sanitário, ainda não é universal, sendo presentes apenas em 91,5% e
37,9% das escolas, respectivamente. Mas o item mais ausente são os laboratórios
de ciência, disponíveis em apenas 8,6% das escolas de ensino fundamental e
43,9% das de ensino médio. Fonte: Jornal
GGN
A
Suécia reduziu a jornada de trabalho para 6 h diárias. E aí? – A Suécia começou, em 2015
mudando a jornada de trabalho diária de 8 para 6 horas, sem redução de salário.
Passado um ano, as autoridades garantem que o saldo é totalmente positivo:
redução de faltas, maior produtividade e melhora até mesmo na saúde dos
empregados. Algumas empresas tiveram de contratar novos funcionários, mas a
maioria garantiu que o aumento da produtividade compensou o horário menor. “Pensamos
que a redução da semana de trabalho nos obrigaria a contratar mais
funcionários, mas isso não aconteceu, porque todo mundo está trabalhando de
modo mais eficiente”, disse Maria Brath, fundadora de uma empresa “startup” em
Estocolmo, que há três anos dobra sua receita e lucro anualmente – e o mesmo se
deu com a jornada reduzida. Empregados da Toyota em Gotemburgo garantem estar
mais felizes, assim como seus patrões, pois o rendimento da empresa subiu em um
ano. No Brasil, as centrais sindicais defendem a redução da jornada semanal das
atuais 44 para 40 horas. Fonte Yahoo Notícias