sábado, 10 de dezembro de 2016

Educa.com - 10.12.2016 - Massacre no direito à aposentadoria



Edição Bragança Júnior (MG4731JP) - http://blogeducapontocom.blogspot.com.br/ - Uberaba, 10 de Dezembro 2016N º 344
 
MASSACRE NO DIREITO À APOSENTADORIA!

O reconhecimento da profissão intensa e extenuante dos professores e da mulher com jornadas múltiplas (nas escolas e em casa) pode estar chegando ao fim. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Previdência  de Temer (PMDB) e seus aliados massacram os direitos de aposentadoria. Cria-se uma idade mínima todos homens e mulheres (exceto militares federais, estaduais e bombeiros) de 65 anos de idade. Pior: ao cumprir 35 anos de serviço, o valor pago será só 75% do total. O valor integral (100%) só chegará para quem chegar a 49 anos de contribuição. Mulheres com 45 ou mais e homens com 50 ou mais na data de promulgação da lei poderiam continuar no sistema atual, mas com pedágio de 50% a mais do tempo faltante e valores já defasados da nova lei. A lei precisa ser aprovada por deputados (inclusive os de Uberaba) e senadores.

Reforma da aposentadoria – Abaixo de 45 anos mulher e 50 anos homem
TIPOS DE APOSENTADORIA
COMO É HOJE?
E COM A REFORMA TEMER?
Sal. Mínimo – Homem/Mulher
65 anos de idade + 15 de contribuição
65 anos de idade0 + 25 de contribuição
Salário intermediário (Fator previdenciário - FT)
30 anos (mulher) e 35 (homem) de contribuição variando conforme idade
65 anos de idade e variável de 25 a 48 anos de contribuição. FTdeixa de existir
Salário integral - Homem
Idade + contribuição somam 95 anos1
65 anos de idade + 49 de contribuição
Salário integral - Mulher
Idade + contribuição somam 85 anos1
65 anos de idade + 49 de contribuição
Aposentadoria de professor
25 anos mulher e 30 anos homem2
ACABA! IGUAL AOS DEMAIS
Pensão por morte do marido
100% do benefício
50% do benefício + 10% p/ filho depend.

0 A idade mínima vai aumentar nos próximos anos; 1 A regra atual é transitória. Até 2027, a soma exigida seria de 100 homens e 90 mulheres; 2 Regra geral atual. No serviço público exige-se idade mínima de 48 a 53 para mulheres e 50 a 55 para os homens conforme tempo de serviço.

Oito centrais sindicais rejeitam a PEC da Previdência – A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de reforma da Previdência teve rejeição unânime de oito centrais sindicais. Alguns dirigentes defendem a negociação para melhorar o projeto, enquanto outros defendem sua retirada, por entender que não há o que negociar. "Há uma avaliação preliminar de que a mudança afeta muitas dimensões a vida do trabalhador", afirmou o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio. "São mudanças profundas não só para o presente, mas para uma geração futura. Uma reforma precisa aprofundar os princípios igualitários e não aumentar injustiças”.

A pior de todas as reformas previdenciárias A proposta do governo Temer acaba com a aposentadoria por tempo de contribuição e a aposentadoria dos professores de educação básica; fixa idade mínima de 65 anos e prevê aumento para os próximos anos; reduz o valor da aposentadoria pela mudança na fórmula de cálculo; corta as pensões por morte à metade e impede a percepção simultânea com a aposentadoria; entre outros atentados. São mudanças radicais que reduzem direitos e transformam a Previdência Social numa máquina arrecadatória, sem a contrapartida que todo trabalhador deveria ter. É uma reforma cruel, que inviabiliza o direito à aposentadoria e rouba parte das contribuições que os trabalhadores já fizeram ao INSS. Foi criada para atender o mercado e transferir recursos gigantescos para a iniciativa privada, especialmente o setor financeiro. Por não ter sido eleito pelo voto popular, esse governo acredita que não deve satisfação a ninguém. Seu único compromisso é com as forças que lhe deram sustentação e que agora cobram muito caro por isso. A hora é de resistência e luta. Fonte: Sinpro SP

OUTRAS SAÍDAS PARA O SUPOSTO DÉFICIT A PREVIDÊNCIA
Como equilibrar contas de previdência sem cortar benefícios – Cortar benefícios dos trabalhadores não é a única forma de sanar as contas da previdência. É possível aumentar a arrecadação simplesmente aplicando a lei em vigor. A Constituição estabelece três fontes de contribuições para a previdência: os trabalhadores, as empresas e o governo. É possível aumentar as entradas ao sanar os ralos por onde o dinheiro da Previdência Social escapa. Entre elas, a dívida das empresas com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), as isenções fiscais às empresas, mantidas com o dinheiro da previdência. A Repórter Brasil reuniu uma série dessas medidas. Veja abaixo. Fonte Repórte Brasil.
  Recuperar dívidas com o INSS: R$ 10,3 bilhões - Quase 700 mil empresas devem R$ 301,9 bilhões à Previdência Social. Mas são altas as chances de recuperar 10,3 bilhões de reais, segundo estudo do extinto Ministério do Trabalho e da Previdência Social, realizado em 2015.
Acabar com isenções fiscais: R$ 55 bilhões - Há empresas hoje que não precisam pagar ao governo, pois são concedidos descontos no pagamento do INSS. Também há outras empresas que não precisam contribuir integralmente para a Previdência Social: microempreendedores, filantrópicas e do Simples.  Somados: R$ 55 bilhões a menos na Previdência Social em 2016.
Formalizar trabalhadores: R$ 47 bilhões - 18,5 milhões de trabalhadores sem carteira assinada não contribuem para a Previdência Social. Rombo de R$ 47 bilhões.
Comunicar acidentes e doenças: R$ 8,8 bilhões - Mais de 300 mil trabalhadores são afastados do emprego todo anos por causa de acidentes ou doenças do trabalho. Apesar das empresas causarem esses problemas, são os cofres da Previdência Social que pagam R$ 8,8 bilhões anuais. As empresa se livram do pagamento ao esconder esses registros.
Usar outras fontes para pagar a dívida pública: R$ 63 bilhões - Para pagar a dívida púlbica, o governo retirou R$ 63 bilhões da Prevência, SUS e outras políticas em 2015, por meio da Desvinculação de Receitas da União (DRU). Em vez de diminuir esse desvio, para 2017 a DRU foi aumenta de 20% para 30% do orçamento.

Déficit na previdência é parcela do governo não contabilizada – O déficit na previdência divulgado nos jornais leva em conta na arrecadação de recursos apenas as contribuições dos trabalhadores e dos empresários, mas esquece da parte do governo. A Constituição de 1988 determina que o governo também deva financiar com uma parte a previdência social. Essa parcela deveria vir de impostos destinados pela Constituição de 1988 para os benefícios da Previdência: Confins, a CSLL, parte do PIS-PASEP. No balanço público, nenhum governo (Itamar, Collor, FHC, Lula, Dilma e Temer) inclui essa somatória que mudaria o balanço de negativo para positivo.


CONJUNTURA    
g  Reforma do Ensino Médio avança no Congresso Nacional – A Câmara dos Deputados aprovou no dia 7 o texto principal da Medida Provisória (MP) 746/16, que reestrutura o ensino médio. As emendas e alterações do texto serão analisadas dia 13. Leia
g Até a ONU condena a PEC 55, a PEC da morte – “Se adotada, a emenda bloqueará gastos em níveis inadequados e rapidamente decrescentes na saúde, educação e segurança social”, diz o Relator Especial da ONU para extrema pobreza e direitos humanos, Philip Alson. Leia
g PISA: MEC ignora desempenho coreano das escolas federais – Se a rede federal de ensino fosse um país, em ciências — a matéria escolhida como foco da análise desta edição — o "país das federais" ficaria em 11º lugar no ranking internacional, um ponto acima da tida como exemplar Coreia do Sul. Leia
g PISA: No valor agregado, Brasil foi melhor em matemática que EUA – Comparando os índices de crescimento do Brasil nas avaliações de matemáticas entre 2003 a 2015, o saldo é positivo de 21. Número bem superior à Austrália (-30) e EUA (-13). Leia

Educadores querem perda de 8,4% + índice do piso do magistério

Em assembleia do Sindemu na noite do último dia 9, os educadores municipais aprovaram a pauta de reivindicações a ser entregue à Prefeitura de Uberaba com vistas à campanha salarial de 2017. O índice de reajuste a ser exigido junto à Municipalidade será de 8,4% referentes às perdas salariais de 2016. A este percentual deverá também ser somado o índice a ser anunciado pelo MEC em janeiro do próximo ano como reajuste do piso salarial nacional da categoria. Os educadores também reivindicam: negociações para a integralidade do valor do piso por função; reestruturação dos vencimentos defasados de diretores e vices; tíquete refeição de R$ 600; pagamento de descanso semanal remunerado para supervisoras e educadoras infantis; abertura de novo concurso público; transformação de centro de educação infantil em escolas, entre diversos outros temas. A pauta será entregue nos próximos dias à Prefeitura com pedido imediato para as negociações.

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