quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Educa.com - Trapaça na reforma: Governo usou dados falsos no Congresso


 Edição: Bragança Júnior (MG4731JP)
Uberaba, 18 de setembro de 2019 – Nº 475


MANIPULAÇÃO DO ANO ENGANA DEPUTADOS E SENADORES!
TRAPAÇA NA REFORMA: GOVERNO USOU DADOS FALSOS NO CONGRESSO

O governo federal enganou deputados, senadores, empresários e trabalhadores nas apresentações oficiais que justificavam reformar a previdência. A falsidade foi revelada por um grupo de pesquisadores do Centro de Estudos de Conjuntura de Política Econômica do Instituto de Economia da Unicamp. Na publicação intitulada “A falsificação nas contas oficiais da Reforma da Previdência”, os pesquisadores evidenciam que o governo apresentou cálculos falsos à imprensa e aos deputados em várias ocasiões, induzindo ao erro sobre a proposta oficial de reforma. O governo chegou a decretar sigilo sobre os estudos e pareceres técnicos e só liberou parte deles após a aprovação dos deputados, mas manteve a parte principal em segredo. “Auditamos os cálculos oficiais da Secretaria da Previdência obtidos através da Lei de Acesso à Informação e comprovamos cálculos deturpados para amparar a principal apresentação no Congresso sobre a economia gerada pela reforma”, apontam os pesquisadores. A trapaça do governo foi feita por: troca no uso de cálculos; avaliação exagerada para aumentar o déficit; troca de sistemas de aposentadoria nas simulações; uso do pico e não na média das aposentadorias no cálculo, entre outras situações. “É tão absurdo que qualquer um que sabe fazer o cálculo atuarial e conhece um pouco de previdência não confundiria”, avalia Pedro Paulo Zahluth Bastos, professor da Unicamp que liderou o estudo. O texto aprovado na Câmara aumenta a desigualdade, sacrifica os mais pobres e pode levar municípios a quebrarem, uma vez que sua economia dependem das aposentadorias. Com informações da revista Carta Capital
Aposentadoria por tempo de contribuição dá lucro ao INSS - O ponto central segundo os pesquisadores é a aposentadoria por tempo de contribuição, que foi apresentado como a maior despesa por quem defende a mudança. No entanto, o estudo feito pelos pesquisadores apontam que as aposentadorias por tempo de contribuição obtidas nas regras atuais com idades mais novas geram superávit no sistema da Previdência. “Por que estão construindo essa ideia de que a aposentadoria por tempo de contribuição é ruim? Talvez porque se você acabar com essa modalidade, entrega um filé-mignon para os bancos. Os seja os que tem maior renda são jogados para previdência privada”, analisa o professor Pedro Paulo Zahluth Bastos. O “Educa.com” entrou em contato com o deputado federal de Uberaba Franco Cartafina (PP) que votou a favor da reforma para que ele se manifeste sobre o caso.

Projeto de lei quer reduzir alunos por turma na rede estadual - A deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT), que foi coordenadora do Sind-UTE MG, apresentou o Projeto de Lei 1.065/2019, que propõe diminuir o número máximo de alunos por sala na rede estadual de Minas Gerais. De acordo com o texto, o número máximo de alunos no ensino fundamental passaria dos atuais 35 para 30 alunos. E no ensino médio, o máximo por sala  passaria de 40 para 35 alunos. O projeto, que está em análise nas Comissõe de Educação e de Justiça da Assembleia legislativa de Minas Gerais, também ressalta que as salas que tiverem estudantes com deficiência, terão a redução de cinco alunos. A proposta impede que o governo altere as indicações e permite que as salas de aula possam permanecer com número inferior ao estabelecido nesta Lei, desde que esteja de acordo com o projeto político pedagógico da escola ou suas condições de infraestrutura. Recentemente, o Estado fechou 225 turmas e demitiu professores pelo fato das salas não terem o número máximo de alunos estabelecidos na lei.


Câmara aprova psicólogo e assistente social na rede de ensino – O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou proposta que obriga as redes públicas de educação básica a terem equipe multiprofissional com psicólogo e assistente social (PL 3688/00). A proposta segue para a sanção presidencial. As equipes multiprofissionais – psicólogos e assistentes sociais – devem desenvolver ações voltadas para a melhoria da qualidade do processo de ensino-aprendizagem, com a participação da comunidade escolar. O texto aprovado é um substitutivo do Senado. O texto determina a atuação de uma equipe para cada rede de ensino (estaduais e municipais). “O objetivo é que haja uma equipe profissional em cada rede de ensino”, afirmou a relatora, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ). Os sistemas de ensino terão um ano, da data de publicação da lei, para tomar as providências necessárias ao cumprimento da norma. Fonte: Câmara dos Deputados

CONJUNTURA
g BRASIL TEM FUGA DE CÉREBROS – No primeiro semestre deste ano, a Receita Federal registrou mais de 21,8 mil saídas definitivas do Brasil. Engenheiros, médicos, advogados e professores que deixaram o país permanentemente. Se o ritmo continuar, chegaremos a mais de 40 mil pessoas até o final de 2019, cinco vezes o de 2011. Leia
g PAPA CONVIDA LÍDERES PARA PACTO GLOBAL DA EDUCAÇÃO – O papa Francisco convidou na última semana líderes políticos, culturais e religiosos de todo o mundo para uma reunião no Vaticano no ano que vem (maio) para acertar um "Pacto Global sobre Educação" que prepare melhor os jovens para os desafios econômicos, ambientais e sociais. Leia
g CENSURA: ANCINE CORTA APOIO A DOIS FILMES LGBTS – Três semanas atrás, a Ancine havia aprovado a “concessão de apoio financeiro” para os filmes. Os longas tratam sobre homossexualidade e negritude. “Greta” é estrelado por Marco Nanini e fala sobre um enfermeiro homossexual que é fã da atriz Greta Garbo. Leia
g ARROYO: ‘ESCOLAS MILITARIZADAS CRIMINALIZAM INFÂNCIA’ – O educador explica o modelo de escolas militarizadas como parte integrante de uma política vigente de “criminalização dos mais pobres”, que questiona as estruturas democráticas, sobretudo as escolas, a partir de um discurso de medo, exceção e ameaça. Leia
g ‘REFORMA LEVOU A DEMISSÃO EM MASSA EM FACULDADES’ – Participantes de audiência pública avaliaram que a reforma trabalhista aprovada em 2017, agravou a situação dos professores da rede particular de ensino superior ao possibilitar demissões em massa da categoria e a contratação de docentes por salários mais baixos. Leia
        
Deputados do Paraná derrubam projeto ‘escola sem partido’ - Depois de quase três anos de tramitação e muita polêmica, a Assembleia Legislativa do Paraná derrubou no dia 16 o Projeto de Lei chamado “escola sem partido”. Foram 27 votos contra a iniciativa e 21 favoráveis. Era preciso maioria simples para aprovação. O texto, que fala em “neutralidade política, ideológica e religiosa” do Estado, era de autoria de Ricardo Arruda e do agora deputado federal Felipe Francischini, ambos do PSL. O PL era considerado inconstitucional pelo Ministério Público do estado e pela seção paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e combatido também pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública (APP-Sindicato). A votação sofreu alguns adiamentos, depois de o projeto receber parecer favorável em comissões temáticas. O líder da oposição, Tadeu Veneri (PT), declarou que “a título de neutralidade” o objetivo era estabelecer um processo de patrulhamento ideológico. “Nós não podemos legislar sobre o sistema educacional. Não compete à Assembleia dizer como, quando ou de que forma serão feitos e elaborados os planos educacionais”, afirmou Veneri. Com informações da Assembleia Legislativa
 A cada 8 horas uma mulher é morta só por ser mulher – A taxa total de homicídios no Brasil caiu 10% em 2018, mas o número de mulheres assassinadas pelo simples fato de serem mulheres ou por violência doméstica, o chamado “feminicídio” cresceu 4% no mesmo período, segundo a 13ª. Edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que compilou os dados de 2018 e os divulgou na última terça (10). Isto significa que uma mulher é morta a cada 8 horas. Foram 1.151 mulheres mortas em 2017 e este número cresceu para 1.206 em 2018. E, mesmo sem as informações da Bahia, que não enviou os dados para a pesquisa, quando compilada a violência em alguns estados o crescimento é muito maior do que a média nacional, com números assustadores. Em Sergipe, por exemplo, o feminicídio cresceu 163,9% e no Amapá 145,2%. O levantamento foi baseado nos dados dos boletins de ocorrência enviados pelos estados ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mas segundo a pesquisa “Raio X do Feminicídio”, coordenada pela Promotora Valéria Scarance, do MP de São Paulo, apenas 4% das vítimas tinham registrado um boletim de ocorrência contra o agressor e 3% tinham medida protetiva. Estes dados mostram que os números do feminicídio podem ser ainda piores. Fonte: CUT

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