1º DE MAIO: SINDICATOS PREPARAM CAMINHADA E OFICINAS
O Sinpro e o Sindemu estão empenhados na comemoração do
dia do trabalhador em Uberaba, que ocorrerá na próxima quinta-feira, feriado. O
evento é unificado pelos sindicatos de trabalhadores e centrais sindicais. A
programação será realizada pela manhã. A concentração será às 8h na Praça da
Igreja Santa Rita. Dali os trabalhadores seguem em marcha até a Praça N.S. D´Abadia,
local onde também haverá oficinas temáticas (educação, saúde, cidadania e
direitos, além do tráfico humano/trabalho escravo. O encerramento das
atividades acontecerá com show musical e sorteio de prêmios e brindes. O tema
do evento é “comunicação: o desafio do século”.
Assembleia do Sinpro rejeita 6% de reajuste – A
decisão ratificou posição da diretoria do Sinpro já manifestado ao sindicato
das escolas do Triângulo Mineiro. A avaliação da categoria é que o percentual
não muda a realidade do salário mais baixo do estado na região mais rica de
Minas. O Sinpro quer fortalecer principalmente os pisos da educação infantil (igualando
o valor do 1º ao 9º ano) e da educação superior. Com o reajuste de 6%, a
hora-aula no superior iria para R$ 27,84, inferior ao do Nordeste de Minas (R$
29,25) e da região metropolitana de BH (R$ 35,34). O Sinpro defende no mínimo
igualar o valor do interior de Minas da convenção de BH: R$ 27,75 sem o
reajuste deste ano. A diretoria do sindicato já apurou que algumas instituições
na região já pagam acima do piso, mas outras endurecem a negociação para pagar valor
mais baixo. “Vamos acentuar a mobilização”, garante do diretor regional do
Sinpro Marcos Gennari. Nova assembleia da categoria acontece no dia 10 de maio.
EDITORIAL
A gestão moderna que usa novos ‘capitães do mato’
- Nas últimas décadas, a gestão das
empresas privadas e do setor público tem priorizado (de forma geral) a maior
produção com o menor investimento. Inventam-se formas e nomenclaturas,
mistura-se a tecnologia. De confuso parece novo, mas é a recriação da velha
fórmula de explorar de modo aviltante o trabalho realizado. Não é regra geral.
Mas a cultura de competição, individualismo e metas absurdas vai ganhando
espaço nas empresas, serviços sociais, bancos, escolas e setores públicos. Onde
mais se alastra essa realidade, verifica-se um irracional e desumano modo de
pressão sobre quem trabalha. E na outra ponta, menores condições, tempo ou
pessoas para cumprir os serviços. Só tem um jeito para aumentar a produção e
resultados com cada vez piores condições de trabalho: a ação de novos “capitães
do mato”. No tempo antigo, ele era a pessoa que recebia salário
capturando escravos que se negavam a serem escravos e, por isso, fugiam. O capitão do mato era muito temido, pois
reprimia com vigor e violência os escravos que desafiavam a ordem. Eram fiéis
aos patrões (senhores do poder) e a sua dominação. Os novos capitães do mato
reprimem os subordinados para atingir a cultura desumana de produtividade. Usam
um novo chicote: palavras demolidoras (assédio moral) contra quem desafia a
ordem ou não atinge metas impostas. O resultado: recordes de gente descontente
e adoecida com o trabalho. E de reclamações contra gerentes e diretores
que chegam aos sindicatos. Trabalho digno pode ter prazer e dispensa essa
modernidade velha. Anízio Bragança Júnior, artigo do
Jornal Expresso.
Câmara pode estender homenagens às educadoras em
pré-aposentadoria – A
homenagem da Câmara Municipal e sindicatos para educadoras, em virtude das
comemorações do dia do professor, pode ser ampliada para os profissionais da
educação que estão prestes a aposentar na profissão. A medida foi apresentada
na Câmara pelos vereadores Ismar Marão (PSB) e Cléber Cabeludo (Pros), após
esclarecimento pelo primeiro parlamentar ao Sindemu no dia 23. A diretoria do
Sindicato aproveitou a visita para esclarecer sobre a realidade da categoria e
relatar todas as demandas econômicas, pedagógicas e administrativas da
categoria.
PNE: Deputados aprovam 10% do PIB, mas educação pública irá receber
só 8% – A comissão especial da Câmara dos
Deputados que analisa o Plano Nacional de Educação
decidiu que instituições
privadas serão beneficiadas pelos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) a serem
destinados à educação pública em dez anos. Os parlamentares rejeitaram o
destaque que destinava a porcentagem apenas para a educação pública,
beneficiando o setor privado. A votação foi de 11 a 8. O financiamento faz
parte do PNE e passará pelo plenário da Câmara antes de seguir para a sanção
presidencial. Pelo texto aprovado, ficam incluídos nessa conta recursos
aplicados em programas como o ProUni, Ciência sem Fronteiras, Fies e Pronatec. Defendida
pelo governo Dilma (PT) e criticada por movimentos sociais, estima-se que para
a educação pública sobrem só 8% do PIB. Hoje são 5,3%. Sindicatos e entidades
defendem que programas com instituições particulares devem ter fonte distintas
de financiamento. Informações: Agência
Brasil e Campanha pelo Direito à Educação.
PNE:
Comissão votará ainda idade da alfabetização e política de bônus pró Ideb– Dois destaques polêmicos serão votados na Comissão
Especial que analisa o Plano Nacional de Educação (PNE): a definição da idade
mínima para que todas as crianças sejam alfabetizadas e a política de bônus dos
educadores a partir de desempenho do Ideb. Mais de 100 instituições e entidades
da sociedade civil assinaram Carta Aberta pedindo a supressão da estratégia de
mérito para estimular à melhoria do desempenho no Ideb. O relator acatou a
sugestão, mas a bancada do PMDB insiste nesta política de bônus. Já a Campanha
Nacional Pelo Direito à Educação divulgou Posicionamento Público em defesa da
alfabetização de todas as crianças, no máximo, até o final do 3º ano do ensino
fundamental. Assim retomou o relator, mas a bancada do PPS insiste em diminuir
a idade no décimo ano para 6 anos de idade. Os destaques serão votados nos
próximos dias. Já a proposta que prevê a
complementação da União para a implementação do CAQi (Custo Aluno-Qualidade
Inicial) e CAQ (Custo Aluno-Qualidade) foi aprovada por unanimidade. Todos os
itens ainda terão que passar pelo plenário da Câmara. Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
CURTAS
g PMU DEIXOU DE PAGAR 5% – Professores que ficaram na antiga carreira não
receberam os 5% de gratificação por formação continuada, que tinha direito.
Sindemu está pedindo esclarecimentos e acerto da fatura. g ANALISTAS EDUCACIONAIS
– O Sindemu está solicitando à Prefeitura que faça a
nomeação de analistas do serviço educacional aprovados no último concurso. Hoje
várias vagas estão sendo ocupadas por servidores em desvio de função e dobra de
turno. g GINCANA NO SANTA MARIA – Equipe
vermelha convida para a IIª Gincana Cultural no aniversário e dia das mães da
Escola Municipal Santa Maria. Será dia 24 de maio das 15 às 21 horas.
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em cada 5 professores de 6º ao 9º ano não fez curso superior - Em
2013, 21,5% dos professores brasileiros que davam aulas nos anos finais do
ensino fundamental (6° ao 9° ano) não fizeram ensino superior. Dos
profissionais em sala de aula nessa fase de ensino, 35,4% não são habilitados
para dar aula --ou seja, não fizeram licenciatura. Os dados são do Censo
Escolar e foram compilados pela ONG Todos pela Educação. No ensino médio, 22,1%
dos professores brasileiros não fizeram licenciatura. São administradores,
advogados ou profissionais com alguma formação de ensino superior que estão na
escola dando aulas de física, química, matemática e educação física, entre
outras. A dificuldade em encontrar professores com formação adequada é um misto entre falta de profissionais nos
lugares em que são necessários, baixa atratividade da profissão e dificuldades
dos professores nas salas de aulas se especializarem. Fonte: Uol Educação
Para especialista, desvalorização da categoria é ponto crucial
da qualidade - Para
Helena Freitas, diretora da Anfope (Associação Nacional pela Formação de
Profissionais da Educação), a questão crucial é a desvalorização do magistério.
O valor do salário do docente sempre volta à baila quando se discute a
qualidade dos professores. O piso nacional foi fixado em R$ 1.697 em
2014, mas não é adotado por todas as redes municipais e estaduais. No
entanto, valorização não se resume ao salário. As condições de trabalho
que impõem aos professores uma jornada dupla ou em várias escolas, a ausência
de planos de carreira que valorizem o trabalho do professor e não apenas sua
titulação e a dificuldade de lidar com questões do entorno da escola dentro da
sala de aula são alguns dos problemas que "acabam impactando na motivação
dos professores para o trabalho", considera Helena. Fonte: Uol Educação
50 anos de resistência ao golpe militar – debate no Sinpro Uberaba
Guido Bilharinho (*): Ditadura neutralizou forças políticas e sindicais em
Uberaba - No
começo da década de 60 foi introduzida a Justiça do Trabalho, mas poucos
aceitavam a causa dos trabalhadores. O primeiro juiz do trabalho sofreu
discriminação, pois a elite não aceitava ser denunciada na justiça. Em Uberaba
havia nesse período havia dois escritórios ligados a sindicatos que ficaram visados
pela elite. O caso mais comum e mais complicado de ação trabalhista era de ‘meeiro’,
aqueles que os fazendeiros contratavam o trabalho com pagamento ‘a meio’ da
produção para um período de três anos, tempo que findava o ciclo da produção.
Mas quando terminava o primeiro ano, o fazendeiro mandava o meeiro embora sem
direitos. O advogado e vereador Benito Caparelli pegava essas causas em
Uberaba, que era a pior das causas trabalhistas. Nessa época, nem direitos
estabelecidos tinham os trabalhadores rurais. Quando houve o golpe, os
militares queriam neutralizar as oposições. Além dos sindicalistas e
simpatizantes do comunismo, o advogado Caparelli foi cassado como vereador e
preso. “Eu cheguei a visitá-lo na prisão
junto com o presidente da OAB” (Bilharinho). Com as prisões, todas as
atividades políticas e sindicais foram paralisadas. Todos os presos passavam
por IPMS (Inquéritos Militares), com equipe formada pelo exército, capitães e
promotor atuando no prédio dos Correios para denunciar os intimados. Até mesmo monsenhor
Juvenal Arduini e o Padre Prata, que tinha ações pastorais com a juventude,
foram chamados a depor. Havia abusos e o bispo Dom Alexandre entrou na história
e pediu para substituir a chefia militar em Uberaba, no que foi atendido. Os
IPMS não deram em nada, nenhum deles. No entanto, conseguiram neutralizar as
lideranças de oposição. Criou um clima de insegurança para quem tinha
consciência política.
A OFENSIVA
CONSERVADORA –
Durante o governo João Goulart, havia uma frente parlamentar nacionalista muito
atuante no Congresso Nacional com aproximadamente 120 deputados. Eles foram
responsáveis, por exemplo, pela aprovação do estatuto que regulamentou e inibiu
a remessa de lucros de capital estrangeiro do Brasil para outros países. O país
caminhava para uma autonomia econômica e João Goulart era um grande presidente.
No entanto, suas reformas – exacerbadas por movimentos de esquerda – acabaram sendo
exploradas pela direita contra o presidente. Quando houve o golpe, a ala mais a
direita tomou conta do poder e uma das primeiras medidas do governo Castelo
Branco foi revogar a regulamentação da remessa de lucros. O golpe militar foi
uma das medidas que consolidou a dominação dos Estados Unidos na América Latina.
A ditadura conseguiu dominar as mentes e corações, acabar com a
conscientização. As mentes foram conquistadas pela indústria do entretenimento
e o cidadão não tem mais lideranças estudantis. Hoje todos os setores rentáveis
do Brasil estão nas mãos de estrangeiros. Somente de 1990 a 2000, um trilhão de
dólares foi transferido do Brasil para os Estados Unidos. Então a luta contra a
ditadura militar não acabou, principalmente no que se referem às suas conseqüências
sociais, políticas e econômicas.
(*) Edição
subjetiva das informações feitas por Guido Bilharinho, advogado e escritor em
debate nos 50 anos de resistência do Golpe Militar no Sinpro Uberaba, dia
01.04.2013, elaborada por Anízio Bragança Júnior