sábado, 26 de abril de 2014

Educa.com - 26-04-2014 -1º de maio: Sindicatos preparam caminhada e oficinas



1º DE MAIO: SINDICATOS PREPARAM CAMINHADA E OFICINAS

O Sinpro e o Sindemu estão empenhados na comemoração do dia do trabalhador em Uberaba, que ocorrerá na próxima quinta-feira, feriado. O evento é unificado pelos sindicatos de trabalhadores e centrais sindicais. A programação será realizada pela manhã. A concentração será às 8h na Praça da Igreja Santa Rita. Dali os trabalhadores seguem em marcha até a Praça N.S. D´Abadia, local onde também haverá oficinas temáticas (educação, saúde, cidadania e direitos, além do tráfico humano/trabalho escravo. O encerramento das atividades acontecerá com show musical e sorteio de prêmios e brindes. O tema do evento é “comunicação: o desafio do século”.

Assembleia do Sinpro rejeita 6% de reajuste A decisão ratificou posição da diretoria do Sinpro já manifestado ao sindicato das escolas do Triângulo Mineiro. A avaliação da categoria é que o percentual não muda a realidade do salário mais baixo do estado na região mais rica de Minas. O Sinpro quer fortalecer principalmente os pisos da educação infantil (igualando o valor do 1º ao 9º ano) e da educação superior. Com o reajuste de 6%, a hora-aula no superior iria para R$ 27,84, inferior ao do Nordeste de Minas (R$ 29,25) e da região metropolitana de BH (R$ 35,34). O Sinpro defende no mínimo igualar o valor do interior de Minas da convenção de BH: R$ 27,75 sem o reajuste deste ano. A diretoria do sindicato já apurou que algumas instituições na região já pagam acima do piso, mas outras endurecem a negociação para pagar valor mais baixo. “Vamos acentuar a mobilização”, garante do diretor regional do Sinpro Marcos Gennari. Nova assembleia da categoria acontece no dia 10 de maio.

EDITORIAL
A gestão moderna que usa novos ‘capitães do mato’ - Nas últimas décadas, a gestão das empresas privadas e do setor público tem priorizado (de forma geral) a maior produção com o menor investimento. Inventam-se formas e nomenclaturas, mistura-se a tecnologia. De confuso parece novo, mas é a recriação da velha fórmula de explorar de modo aviltante o trabalho realizado. Não é regra geral. Mas a cultura de competição, individualismo e metas absurdas vai ganhando espaço nas empresas, serviços sociais, bancos, escolas e setores públicos. Onde mais se alastra essa realidade, verifica-se um irracional e desumano modo de pressão sobre quem trabalha. E na outra ponta, menores condições, tempo ou pessoas para cumprir os serviços. Só tem um jeito para aumentar a produção e resultados com cada vez piores condições de trabalho: a ação de novos “capitães do mato”.  No tempo antigo, ele era a pessoa que recebia salário capturando escravos que se negavam a serem escravos e, por isso, fugiam.  O capitão do mato era muito temido, pois reprimia com vigor e violência os escravos que desafiavam a ordem. Eram fiéis aos patrões (senhores do poder) e a sua dominação. Os novos capitães do mato reprimem os subordinados para atingir a cultura desumana de produtividade. Usam um novo chicote: palavras demolidoras (assédio moral) contra quem desafia a ordem ou não atinge metas impostas. O resultado: recordes de gente descontente e adoecida com o trabalho. E  de reclamações contra gerentes e diretores que chegam aos sindicatos. Trabalho digno pode ter prazer e dispensa essa modernidade velha. Anízio Bragança Júnior, artigo do Jornal Expresso. 

Câmara pode estender homenagens às educadoras em pré-aposentadoria A homenagem da Câmara Municipal e sindicatos para educadoras, em virtude das comemorações do dia do professor, pode ser ampliada para os profissionais da educação que estão prestes a aposentar na profissão. A medida foi apresentada na Câmara pelos vereadores Ismar Marão (PSB) e Cléber Cabeludo (Pros), após esclarecimento pelo primeiro parlamentar ao Sindemu no dia 23. A diretoria do Sindicato aproveitou a visita para esclarecer sobre a realidade da categoria e relatar todas as demandas econômicas, pedagógicas e administrativas da categoria.

PNE: Deputados aprovam 10% do PIB, mas educação pública irá receber só 8%A comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa o Plano Nacional de Educação
decidiu que instituições privadas serão beneficiadas pelos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) a serem destinados à educação pública em dez anos. Os parlamentares rejeitaram o destaque que destinava a porcentagem apenas para a educação pública, beneficiando o setor privado. A votação foi de 11 a 8. O financiamento faz parte do PNE e passará pelo plenário da Câmara antes de seguir para a sanção presidencial. Pelo texto aprovado, ficam incluídos nessa conta recursos aplicados em programas como o ProUni, Ciência sem Fronteiras, Fies e Pronatec. Defendida pelo governo Dilma (PT) e criticada por movimentos sociais, estima-se que para a educação pública sobrem só 8% do PIB. Hoje são 5,3%. Sindicatos e entidades defendem que programas com instituições particulares devem ter fonte distintas de financiamento. Informações: Agência Brasil e Campanha pelo Direito à Educação.

PNE: Comissão votará ainda idade da alfabetização e política de bônus pró Ideb– Dois destaques polêmicos serão votados na Comissão Especial que analisa o Plano Nacional de Educação (PNE): a definição da idade mínima para que todas as crianças sejam alfabetizadas e a política de bônus dos educadores a partir de desempenho do Ideb. Mais de 100 instituições e entidades da sociedade civil assinaram Carta Aberta pedindo a supressão da estratégia de mérito para estimular à melhoria do desempenho no Ideb. O relator acatou a sugestão, mas a bancada do PMDB insiste nesta política de bônus. Já a Campanha Nacional Pelo Direito à Educação divulgou Posicionamento Público em defesa da alfabetização de todas as crianças, no máximo, até o final do 3º ano do ensino fundamental. Assim retomou o relator, mas a bancada do PPS insiste em diminuir a idade no décimo ano para 6 anos de idade. Os destaques serão votados nos próximos dias. Já a proposta que prevê a complementação da União para a implementação do CAQi (Custo Aluno-Qualidade Inicial) e CAQ (Custo Aluno-Qualidade) foi aprovada por unanimidade. Todos os itens ainda terão que passar pelo plenário da Câmara. Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação.

CURTAS
g  PMU DEIXOU DE PAGAR 5% Professores que ficaram na antiga carreira não receberam os 5% de gratificação por formação continuada, que tinha direito. Sindemu está pedindo esclarecimentos e acerto da fatura. g ANALISTAS EDUCACIONAIS O Sindemu está solicitando à Prefeitura que faça a nomeação de analistas do serviço educacional aprovados no último concurso. Hoje várias vagas estão sendo ocupadas por servidores em desvio de função e dobra de turno. g GINCANA NO SANTA MARIA Equipe vermelha convida para a IIª Gincana Cultural no aniversário e dia das mães da Escola Municipal Santa Maria. Será dia 24 de maio das 15 às 21 horas.

1 em cada 5 professores de 6º ao 9º ano não fez curso superior - Em 2013, 21,5% dos professores brasileiros que davam aulas nos anos finais do ensino fundamental (6° ao 9° ano) não fizeram ensino superior. Dos profissionais em sala de aula nessa fase de ensino, 35,4% não são habilitados para dar aula --ou seja, não fizeram licenciatura. Os dados são do Censo Escolar e foram compilados pela ONG Todos pela Educação. No ensino médio, 22,1% dos professores brasileiros não fizeram licenciatura. São administradores, advogados ou profissionais com alguma formação de ensino superior que estão na escola dando aulas de física, química, matemática e educação física, entre outras. A dificuldade em encontrar professores com formação adequada é um misto entre falta de profissionais nos lugares em que são necessários, baixa atratividade da profissão e dificuldades dos professores nas salas de aulas se especializarem. Fonte: Uol Educação

Para especialista, desvalorização da categoria é ponto crucial da qualidade - Para Helena Freitas, diretora da Anfope (Associação Nacional pela Formação de Profissionais da Educação), a questão crucial é a desvalorização do magistério. O valor do salário do docente sempre volta à baila quando se discute a qualidade dos professores. O piso nacional foi fixado em R$ 1.697 em 2014, mas não é adotado por todas as redes municipais e estaduais. No entanto, valorização não se resume ao salário. As condições de trabalho que impõem aos professores uma jornada dupla ou em várias escolas, a ausência de planos de carreira que valorizem o trabalho do professor e não apenas sua titulação e a dificuldade de lidar com questões do entorno da escola dentro da sala de aula são alguns dos problemas que "acabam impactando na motivação dos professores para o trabalho", considera Helena. Fonte: Uol Educação

50 anos de resistência ao golpe militar – debate no Sinpro Uberaba

Guido Bilharinho (*): Ditadura neutralizou forças políticas e sindicais em Uberaba - No começo da década de 60 foi introduzida a Justiça do Trabalho, mas poucos
aceitavam a causa dos trabalhadores. O primeiro juiz do trabalho sofreu discriminação, pois a elite não aceitava ser denunciada na justiça. Em Uberaba havia nesse período havia dois escritórios ligados a sindicatos que ficaram visados pela elite. O caso mais comum e mais complicado de ação trabalhista era de ‘meeiro’, aqueles que os fazendeiros contratavam o trabalho com pagamento ‘a meio’ da produção para um período de três anos, tempo que findava o ciclo da produção. Mas quando terminava o primeiro ano, o fazendeiro mandava o meeiro embora sem direitos. O advogado e vereador Benito Caparelli pegava essas causas em Uberaba, que era a pior das causas trabalhistas. Nessa época, nem direitos estabelecidos tinham os trabalhadores rurais. Quando houve o golpe, os militares queriam neutralizar as oposições. Além dos sindicalistas e simpatizantes do comunismo, o advogado Caparelli foi cassado como vereador e preso.  “Eu cheguei a visitá-lo na prisão junto com o presidente da OAB” (Bilharinho). Com as prisões, todas as atividades políticas e sindicais foram paralisadas. Todos os presos passavam por IPMS (Inquéritos Militares), com equipe formada pelo exército, capitães e promotor atuando no prédio dos Correios para denunciar os intimados. Até mesmo monsenhor Juvenal Arduini e o Padre Prata, que tinha ações pastorais com a juventude, foram chamados a depor. Havia abusos e o bispo Dom Alexandre entrou na história e pediu para substituir a chefia militar em Uberaba, no que foi atendido. Os IPMS não deram em nada, nenhum deles. No entanto, conseguiram neutralizar as lideranças de oposição. Criou um clima de insegurança para quem tinha consciência política.

A OFENSIVA CONSERVADORA – Durante o governo João Goulart, havia uma frente parlamentar nacionalista muito atuante no Congresso Nacional com aproximadamente 120 deputados. Eles foram responsáveis, por exemplo, pela aprovação do estatuto que regulamentou e inibiu a remessa de lucros de capital estrangeiro do Brasil para outros países. O país caminhava para uma autonomia econômica e João Goulart era um grande presidente. No entanto, suas reformas – exacerbadas por movimentos de esquerda – acabaram sendo exploradas pela direita contra o presidente. Quando houve o golpe, a ala mais a direita tomou conta do poder e uma das primeiras medidas do governo Castelo Branco foi revogar a regulamentação da remessa de lucros. O golpe militar foi uma das medidas que consolidou a dominação dos Estados Unidos na América Latina. A ditadura conseguiu dominar as mentes e corações, acabar com a conscientização. As mentes foram conquistadas pela indústria do entretenimento e o cidadão não tem mais lideranças estudantis. Hoje todos os setores rentáveis do Brasil estão nas mãos de estrangeiros. Somente de 1990 a 2000, um trilhão de dólares foi transferido do Brasil para os Estados Unidos. Então a luta contra a ditadura militar não acabou, principalmente no que se referem às suas conseqüências sociais, políticas e econômicas.  

(*) Edição subjetiva das informações feitas por Guido Bilharinho, advogado e escritor em debate nos 50 anos de resistência do Golpe Militar no Sinpro Uberaba, dia 01.04.2013, elaborada por Anízio Bragança Júnior

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