EDIÇÃO
ESPECIAL - Uberaba, 01 de setembro
de 2014 - Edição: Bragança
Júnior – MG4731JP -
DE 1 A 7 / SET: SINPRO E SINDEMU CONVOCAM EDUCADORES PARA VOTAR NO PLEBISCITO DO SISTEMA POLÍTICO
O Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro) - Regional Uberaba e o Sindicato dos Educadores do Município de Uberaba convocam todos os educadores de Uberaba e região para votarem no Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana sobre o Sistema Político, também conhecido como Plebiscito da Reforma Política. A consulta, organizada por sindicatos e movimentos sociais, ocorre durante a Semana da Pátria, entre 1º e 7 de setembro. As urnas fixas para votação vão estar na sede dos sindicatos em Uberaba durante a semana para coletar votos. Também haverá urnas itinerantes pela cidade, a partir do engajamento de entidades e voluntários. Em Uberaba, algumas escolas também vão contar urnas para votação, atendendo chamado do Sindemu. No plebiscito, cada pessoa deverá votar respondendo a seguinte pergunta: "Você é a favor da convocação de uma constituinte exclusiva e soberana sobre o sistema político? ( )SIM ( )NÃO". Desde o lançamento da campanha, em novembro de 2013, mais de 1.000 comitês foram formados no Brasil e 396 entidades. A grande batalha da mobilização é "dar a palavra ao povo" e pressionar o Congresso Nacional a instituir a Assembleia Constituinte para fazer a reforma política.
Votação também vai acontecer pela internet - Todos os locais de trabalho e da sociedade têm a tarefa de colher
milhares de votos. Mas o plebiscito popular também vai receber votos pela
internet, no endereço www.plebiscitoconstituinte.org.br. Uma ferramenta
autenticadora de coleta de votos estará disponível no site desde as primeiras
horas de 1º de setembro, mas a urna virtual só aceitará votos de pessoas
devidamente identificadas e não permitirá a participação em duplicidade.Com a
votação via internet e milhares de urnas físicas pelo Brasil, a campanha espera
receber o total de 10 milhões de votos.
Um dos principais desafios é proibir o financiamento privado nas
eleições - Há
uma profunda distorção entre o atual sistema eleitoral e as práticas de
fortalecimento da democracia. "Observamos que a maioria da população vota
em pessoas e não em projetos, e muitos nem conhecem as propostas dos
candidatos", destaca Andréa de Vasconcelos, diretora da Contraf-CUT, uma
das organizadores nacionais da mobilização. Um dos principais desafios da
reforma política é proibir o financiamento privado de campanhas eleitorais.
Atualmente, as empresas podem doar dinheiro aos candidatos, influenciando,
diretamente, a formação do quadro legislativo e interferindo nas decisões do
país. "A lógica empresarial tem contaminado as campanhas no Brasil. O
Bradesco é um grande financiador de campanha. A Friboi é outra empresa, que tem
mais de 20 parlamentares que receberam dinheiro em suas campanhas eleitorais e
que acabam se posicionando a favor de projetos que interessam aos empresários,
mas que comprometem questões ambientais, por exemplo", denuncia Andrea. "O
que determina o resultado das eleições acaba sendo o poder econômico, que
geralmente financia os candidatos que representam os interesses do setor
privado. Por isso, defendemos o fim do financiamento empresarial nas campanhas
eleitorais, que também alimenta uma rede de interesses e de corrupção",
enfatiza a diretora da Contraf-CUT.
Congresso
não representa o povo - Dados do Departamento
Intersindical de
Assessoria Parlamentar (Diap) apontam que dos atuais 594
parlamentares (513 da Câmara e 81 do Senado), eleitos em 2010, 273 são
empresários, 160 compõem a bancada ruralista, 66 são da bancada evangélica e
apenas 91 se definem como representantes dos trabalhadores. As mulheres ocupam
míseros 9% dos mandatos na Câmara e 12% no Senado, apesar da recente
implantação da cota de 30% de candidaturas para as mulheres. No item igualdade
de gênero na política, o Brasil ocupa a 106ª posição entre 187 países. Os
negros têm apenas 43 cadeiras do legislativo federal, o que representa 8,5% do
total, mesmo sendo 51% da população brasileira, segundo o IBGE. Menos da metade
das 27 unidades federativas da União têm representação negra nas suas câmaras. Outro
desafio é ter um Congresso, casas legislativas, câmaras e um executivo que
reflitam a sociedade brasileira em toda sua envergadura, ou seja, com a
participação de mais mulheres, de negros e de negras, da população LGBT, entre
outros. Sem reforma constitucional, será difícil avançar na luta por liberdade,
justiça e igualdade no Brasil.
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