sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Educa.com - Recado aos candidatos: Bônus não funciona!




Edição Bragança Júnior (MG4731JP) - http://blogeducapontocom.blogspot.com.br/ - Uberaba, 19 de Agosto de 2016N º 308
 

RECADO AOS CANDIDATOS: BÔNUS NÃO FUNCIONA!

O projeto não é novo. O meio empresarial usa a estratégia para elevar as vendas e aumentar a produção. Também várias redes de ensino já usam com a justificativa de melhorar a qualidade de ensino. O professor da Unicamp, Luiz Carlos Freitas, no entanto, aponta as razões desse mecanismo não funcionar no meio educacional: “os reformadores esquecem que quando se adiciona controle e pressão na relação e a torna dependente de dinheiro, ela se mercantiliza e esta forma de relação também é repassada para a relação do professor com a criança, deixando de ser na sala de aula, uma relação educativa e de confiança, para ser convertida em uma relação igualmente de controle e pressão do professor sobre o estudante. Assim, o resultado financeiro do professor fica dependente de resultado acadêmico do aluno. Todo o sistema de relações se modifica. O que deveria ser uma relação de confiança, colaborativa e processual, passa a ser um toma lá, da cá”, observa o pesquisador. Ele lembra há outros aspectos, além da remuneração que faz a educação se estabelecer.

Experiências nacionais e internacionais trazem fracasso da iniciativa - O Estado de São Paulo utiliza o projeto há mais de uma década sem qualquer mudança significativa na qualidade de seu ensino. Experiências internacionais largamente divulgadas dão conta do fracasso da estratégia de pagamento de bônus variável para uma profissão complexa como a dos professores. O ex-prefeito de New York, Bloomberg, utilizou fartamente a estratégia de pagar bônus quando esteve 12 anos à frente da Cidade de New York. Concluiu que deveria parar os bônus para não malgastar dinheiro público. A National Academy of Science americana não aponta efetividade dos bônus. Até mesmo a poderosa Associação Americana de Estatísticos desaconselha o procedimento. Para o pesquisador o projeto “é fé, não é ciência”.

EDITORIAL
Maldade contábil: Não há saldo negativo nas contas da Previdência - O saldo negativo nas contas (déficit) na Previdência Social do Brasil que está estampado na grande mídia não condiz com a verdade. Para criar o déficit, os economistas somam apenas as contribuições dos trabalhadores e dos empresários para confrontar com as despesas. Assim, o resultado é negativo: um prejuízo. Mas a Constituição de 1988 determina que o governo também financie a previdência (além dos trabalhadores e empresários). Desde a constituição foram criados impostos para ajudar a financiar as aposentadorias: Contribuição para financiamento da Seguridade Social (COFINS) e sobre lucro líquido (CSLL), além de parte do PIS – PASEP. No entanto, essa parcela vem sendo constantemente desconsiderada nas receitas de forma sistemática por todos os governos do país (independente do partido). Isso mostra o desvio de recursos que deveriam ser usados para ajudar nas aposentadorias e pensões. Quando é somado nos cálculo destes impostos criados para financiar a previdência (COFINS, a CSLL, parte do PIS-PASEP), o saldo negativo das contas passa a ser POSITIVO. Estudo da economista Denise Gentil mostra que, no verdadeiro confronto entre receitas e despesas, o saldo anual da previdência varia entre R$ 20 e R$ 78 bilhões de 2007 a 2015. Ou seja, o “déficit” da Previdência pode ser entendido como uma maldade contábil, usado politicamente pelos governos para evidenciar a necessidade (não tão real) de cortes de direitos. Anízio Bragança Júnior, artigo do Jornal Expresso.

Teto para orçamento da educação é ‘inconstitucional’ – A

Proposta de Emenda à Constituição proposta por presidente interino, que limita aumento de orçamento para Saúde e Educação à variação da taxa de inflação no ano, foi discutida em debate na Câmara dos Deputados na segunda (15). O texto limita o aumento dos gastos públicos à taxa de inflação do ano anterior. Hoje, essas despesas são constitucionalmente atreladas à arrecadação. A maioria dos participantes considerou a proposta inconstitucional e "um ataque aos direitos humanos".  A procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Débora Duprat, afirmou que o texto da PEC afeta o núcleo do próprio direito à saúde e à educação e é inconstitucional, pois viola o princípio do não retrocesso. Ela salientou que a Constituição Federal de 1988 instituiu um modelo revolucionário de financiamento para transformar a educação e a saúde em serviços efetivamente públicos e que as formas como são distribuídos os recursos para esses dois setores constituem o próprio direito à saúde e à educação, o que será afetado com a aprovação da proposta. Fonte: Uol Educação


Dirigentes educacionais denunciam congelamento de gastos A União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação – Undime e outras entidades denunciam prejuízos que virão com a Proposta de Emenda Constitucional 241 de 2016. A PEC pretende instituir um novo Regime Fiscal para a União e estabelece vigência de 20 anos a partir de 2017, quando haverá uma limitação anual das despesas da União em valores reais. Desta forma, apenas poderá ser gasto o valor do ano anterior, corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA. O que deverá causar impactos negativos para as áreas da educação, saúde e assistência social, principalmente no âmbito municipal onde faltam recursos. Com o tempo a tendência é que a garantia dos serviços prestados seja comprometida, pois a proposta apresentada determina que a despesa da União no ano de 2036 será a mesma de 2016, em termos reais. As instituições defendem uma gestão eficiente, o combate ao desperdício e a melhor utilização dos recursos públicos com adoção de boas práticas de governança, em detrimento de uma política de ajuste fiscal que represente a redução de recursos e investimentos nas áreas sociais. Fonte: Undime

CONJUNTURA    
g  Reforma da Previdência deve “aposentar” o fator previdenciário – Se o presidente interino Michel Temer levar adiante a ideia de fixar uma idade mínima para aposentadoria, tendência é de que o valor do benefício seja calculado de forma semelhante à da aposentadoria por idade. Leia
g  Acorda! Mudança na Previdência vai piorar sua vida – A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) lança cartilha e denuncia o desmonte da Previdência Social promovido pela gestão interina de Michel Temer. Leia
g  Brasil terá o maior crescimento mundial na produção de petróleo fora da Opep – Caiu a máscara! É por isso que os entreguistas têm pressa em abrir a operação do Pré-Sal para as petrolíferas privadas. Leia

Aposentadoria: Opção ‘por contribuição’ penaliza pela idade – É verdade que a opção da ‘aposentadoria por tempo de contribuição’ não exige
idade mínima. Mas isso não as liberta de uma idade para obter o benefício na sua forma integral. Hoje, aposentar antes de 65 anos para homens e 60 anos para mulher diminui muito o valor do benefício. Isso acontece por conta do fator previdenciário, que penaliza que aposenta mais cedo. Em novembro de 2015, outra reforma criou alternativa a esta redução. Podem ter acesso à aposentadoria integral quem chegar à soma de idade + contribuição em 85 anos mulher e 95 anos homem. Mas essa soma aumenta gradativamente até chegar a 90/100 em 2027. Façam as contas, já serão 65 de idade + 35 de contribuição para os homens não sofrerem redução em 2027. Ou seja, já existe uma lei gradativa para exigir a idade de 65 anos ou mais de 35 anos de contribuição para a aposentadoria integral. Precisaria alterar ainda este item?

2 em 3 alunos de universidades federais são das classes D e E – Segundo pesquisa feita pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), dois terços dos alunos das universidades federais (66,19%) vêm de famílias cuja renda não ultrapassa 1,5 salário mínimo per capita (R$ 1.320). Em 2010, eram 44%.Quando se analisa os dados brutos de renda, a tendência se repete. O porcentual de estudantes nas universidades federais brasileiras com renda familiar bruta de até três salários mínimos (R$ 2.640) saltou de 40,66% para 51,43%. Já para famílias com renda bruta está entre nove e dez salários mínimos (R$ 7.920 a R$ 8.800) caiu no mesmo período de 6,57% para 2,96%. Os alunos de famílias com renda bruta acima de dez salários mínimos representavam 16,72% dos estudantes nas federais em 2010. Agora, são 10,6%. Além da maior presença de estudantes de classes econômicas menos privilegiadas, o estudo identificou um aumento da participação de alunos autodeclarados pretos e pardos. Eles representam 47,57% dos entrevistados. Em 1997, 2,2% dos pardos e 1,8% dos negros entre 18 e 24 anos cursavam ou já haviam concluído um curso de graduação no País. Fonte: Estadão

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