Edição Bragança Júnior (MG4731JP) -
http://blogeducapontocom.blogspot.com.br/ - Uberaba, 05 de Agosto de 2016 – N
º 306
TEMER
MIRA FIM DA APOSENTADORIA DO PROFESSOR E
ORGANIZA ‘CACETADA’ PARA MENORES DE 50 ANOS
O Projeto ainda não existe, mas as propostas da
reforma da previdência começaram a ser reveladas. Auxiliares do governo Michel
Temer (PMDB) anunciaram parte das medidas em entrevistas aos grandes jornais.
Justificando a mudança no envelhecimento da população (que é verdadeiro) e no
déficit da Previdência (uma mentira: ver abaixo), a reforma é uma “cacetada sem
dó” no lombo dos menores de 50. Para estes valeria imediatamente a idade mínima
com 65 anos de idade (pode chegar a 70) para todos os tipos de aposentadoria.
Também será proposto: fim da diferença da aposentadoria das mulheres, aumento na
contribuição da aposentadoria por idade e o fim das aposentadorias especiais,
entre elas a dos professores da educação básica. A medida terá que passar pelo
Congresso. Caso aprovadas, as mudanças podem entrar em vigor em 2017. Confira
as principais mudanças
Reforma da aposentadoria para quem tem menos de 50 anos
TIPOS DE APOSENTADORIA
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COMO É HOJE?
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E COM A REFORMA TEMER?
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Salário Mínimo - Homem
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65
anos de idade + 15 de contribuição
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65
anos de idade0 + 25 de contribuição1
|
Salário Mínimo - Mulher
|
60
anos de idade + 15 de contribuição
|
65
anos de idade 2 + 25 de contribuição
|
Salário intermediário (Fator
previdenciário)
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35
anos de contribuição homem
35
anos de contribuição mulher
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65
anos de idade e mais de 25 anos de contribuição ou deixaria de existir
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Salário integral - Homem
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Idade
+ contribuição somam 95 anos3
|
65
anos de idade 2 + 35 de contribuição
|
Salário integral - Mulher
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Idade
+ contribuição somam 85 anos3
|
65
anos de idade 2 + 35 de contribuição
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Aposentadoria de professor
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25
anos mulher e 30 anos homem4
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65
anos de idade para todos5
|
Pensão por morte do marido
|
100%
do benefício
|
60%
do benefício6
|
0 A idade mínima deverá chegar a 70 anos em transição de cinco a
quinze anos; 1 De imediato deverá ser
exigido 20 anos, mas subiria cinco anos em um curto período de transição; 2 De imediato deverão ser exigidos 62 anos de idade para a
mulher, mas ficara igual aos homens em um curto período de transição; 3 A regra atual é transitória e a soma exigida será de 100 para
homens e 90 para mulheres em 2027; 4 Regra geral atual. No
serviço público exige-se idade mínima que varia de 48 a 53 para mulheres e de
50 a 55 para os homens conforme tempo de serviço; 5 Pode haver um pequeno
período de transição; 6 Deverão conter regras
variáveis conforme o número de filhos.
Maiores de 50 anos pagariam pedágio de 50% de
tempo restante – Quem já possui 50 anos de contribuição
terá direito a continuar nas regras atuais, mas com uma fórmula de transição.
Sobre o tempo restante para o benefício haveria um pedágio a ser cumprido de
50%. Para os que atingiram as exigências das regras atuais, valeria então o
“direito adquirido”. As regras anunciadas também seriam aplicadas aos
funcionários públicos.
EDITORIAL
‘Paulada’ na aposentadoria, mas ninguém deve se precipitar- Nesta semana o Ministro Chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, detalhou
em entrevista na grande mídia as principais mudanças que o governo irá propor
na reforma das aposentadorias no país. Entre os itens principais está a
implantação imediata da idade mínima de 65 anos para as aposentadorias por
tempo de contribuição. As mulheres perderiam a diferenciação dos homens e
teriam (em breve) que ter 65 anos para aposentar. Por idade, os hoje 15 anos de
contribuição exigidos passariam para 25 anos. E os professores não teriam
direito mais a aposentadoria com cinco anos a menos. As medidas valeriam já
para todos com idade até 49 anos. De cinquenta para cima haveria pedágio de até
50% do tempo restante. Embora algumas medidas levem cinco ou dez anos para se
concretizar, é uma “paulada sem dó” no lombo dos trabalhadores. Já fui
consultado por alguns trabalhadores se estes devem então apressar sua
aposentadoria nas regras atuais, mesmo recebendo menos. Respondo: Não!
Esclareço que embora previsível com o atual governo, as mudanças (por enquanto
ideias) ainda dependem de muitos fatores. Não se sabe se o governo Temer (PMDB)
continuará ou Dilma (PT) voltará. A decisão será no final de agosto. O projeto
(ainda não formalizado) terá que passar pelo Congresso, que pode modificá-lo
conforme a pressão popular. Quando o projeto entrar no Congresso será a hora de
pressionar seu deputado. A decisão final, no entanto deverá acontecer só em
2017. Anízio Bragança Júnior, artigo do Jornal Expresso.
PMU anuncia pagamento escalonada também para educadores
– A
Prefeitura de Uberaba informou nesta sexta (5) que os educadores – que tem como
renda própria de financiamento: Fundeb – também entrariam no escalonamento de
pagamento, já submetido aos demais servidores. A diretoria do Sindemu estuda as
explicações da Prefeitura e também faz avaliações jurídicas sobre o tema.
Olimpíadas 2016 removem 22 mil famílias de casa –
No total foram desabrigadas 77
mil pessoas na capital carioca. Os dados são da Prefeitura do Rio. Em carta, o
Comitê Popular da Copa e Organizações da sociedade civil avaliam que “o
verdadeiro sentido das transformações em curso na cidade: acelerar a ‘limpeza
social’ de áreas valorizadas e de áreas periféricas, convertidas em novas
frentes lucrativas para empreendimentos de classe média e alta renda”. Fonte:
Observatório da sociedade civil
CONJUNTURA
g A
serviço do golpe, Revista Veja declara guerra aos professores – “Mesmo em uma revista como a
Veja, notoriamente desqualificada e desqualificadora, o que lemos é totalmente
descabido e enojante”, diz a presidente da Apeoesp, Maria Isabel Noronha. Leia
g Freitas
aponta malabarismo no Fantástico para justificar reforma – O programa “Fantástico” exibiu
no dia 17 uma longa reportagem sobre a Previdência Social. A única coisa que a
matéria deixou claro foi que a TV Globo – como outros órgãos da mídia tradicional
– vai continuar manipulando as informações para tentar justificar a retirada de
direitos da classe trabalhadora. Leia
Déficit na previdência é parcela do governo não contabilizada
– O déficit na previdência divulgado nos jornais leva em conta na arrecadação
de recursos apenas as contribuições dos trabalhadores e dos empresários, mas esquece
da parte do governo. A Constituição de 1988 determina que o governo também deva
financiar com uma parte a previdência social. Essa parcela deveria vir de
impostos destinados pela Constituição de 1988 para os benefícios da
Previdência: Confins, a CSLL, parte do PIS-PASEP. No balanço público, nenhum
governo (Itamar, Collor, FHC, Lula, Dilma e Temer) inclui essa somatória que
mudaria o balanço de negativo para positivo. Confira abaixo os resultados
positivos com a somatória correta.
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