Edição Bragança Júnior (MG4731JP) -
http://blogeducapontocom.blogspot.com.br/ - Uberaba, 15 de abril de 2017 – N
º 359
PIOR
QUE A REFORMA DA PREVIDÊNCIA!
13º E FÉRIAS PODEM
COMEÇAR A ACABAR!
Enquanto as TVs inundam noticiários misturando
todo tipo de acusações contra políticos e partidos, um golpe discreto e terrível
contra os trabalhadores está sendo implantado por Temer e deputados sem holofotes
da mídia. A reforma trabalhista, enviada ao Congresso pelo governo ficou muito
pior no parecer apresentado na Câmara dos deputados. O texto “tudo para empresários
e pros trabalhadores nada” é uma “bomba” para explodir nas costas dos
empregados. De forma sutil, são criados mecanismos para deixar trabalhadores
sem férias, 13º, hora extra. Apenas alguns exemplos. O parecer não só eliminam
direitos ou abre caminho para sepultá-los, como também restringe a ação da
Justiça de Trabalho e cria medidas para enfraquecer os sindicatos. Para o assessor
jurídico da CTB, Magnus Farkatt, “o objetivo do projeto é reduzir custos de
produção. E para atingir isso é preciso suprimir ou reduzir direitos dos
trabalhadores”. O projeto ainda precisa ser votado por deputados e senadores. Confira
as mais graves propostas do texto:
Itens alterados
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Como é hoje
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Como vai ficar
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Pior cenário
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Valida a contratação por ‘pejotização’
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É um tipo de contratação fraudulenta para
sonegar direitos
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As empresas poderão obrigar trabalhadores a
abrir empresas e contratá-los assim
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Fim das férias, 13º e qualquer benefício
que um empregado tem direito.
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Permite o banco de horas em acordo direto
empresa x empregado
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O acordo tem de passar pelo sindicato
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O empregador pode condicionar o emprego à aceitação da
medida
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Fim do pagamento de horas extras.
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Terceirização sem limites é confirmada
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Terceirização é restrita nas empresas
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Haverá substituição de empregados por terceirizados
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Salários vão abaixar; direitos vão diminuir;
acidentes aumentar
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Permite acordo anual entre empresa e empregado de quitação de
direitos.
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Não existe esse acordo. É assegurado o direito de
reclamação na justiça.
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As empresas poderão condicionar todo ano a assinatura
da quitação ao emprego
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Com a quitação ‘dada’ à empresa, será o fim do direito
do trabalhador reclamar na justiça.
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Valida o acordo individual empresa x
empregado, sobrepondo convenções
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Há uma convenção coletiva discutida entre
sindicatos e empresas para definir direitos
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O empregador poderá ditar qualquer mudança,
sob pena de demissão sumária
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Ficará ao prazer do patrão e limite mínimo
da lei: divisão de férias, troca de feriado, trabalho insalubre, etc.
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Reforma
de Temer esvazia proteção da Justiça do Trabalho – O
pior instrumento que a reforma trabalhista quer criar é permissão para as
empregas obrigarem os trabalhadores a renunciar anualmente os direitos. Assim
os trabalhadores não terão direito mais de recorrer à justiça, mesmo se tiverem
sido brutalmente explorados durante doze meses pela empresa. O texto na Câmara
também valida a prescrição (fim dos direitos) durante o processo, a quitação
automática de direitos para trabalhadores que aderirem ao plano de demissão
voluntária (PDV), a desobrigação do ponto eletrônico nas grandes empresas (que
dificultará comprovar limite de horas). O mais agravante é esvaziar funções da
Justiça do Trabalho, que ficará impedida de analisar conteúdos de acordos e
convenções, mesmo que extremamente nocivos aos trabalhadores. Também ficará
impedida de propor súmulas orientativas jurisprudenciais de normativas do
trabalho, transformando em simples aplicar de leis. Para o consultor Jurídico
da Contee, José Geraldo Santana, as mudanças São o paraíso para as empresas: “Nem
o regime militar ousou tanto no esvaziamento da Justiça do Trabalho”. Fonte: Contee.
Reforma quer enfraquecer
e limitar ação dos sindicatos – O
projeto “às empresas tudo e aos trabalhadores nada” tem um capítulo dedicado a
deixar inexpressiva a ação e a própria existência dos sindicatos de
trabalhadores. Uma das medidas é tirar dos sindicatos o acompanhamento (hoje
obrigatório) de homologações das rescisões de contrato de quem trabalha mais de
um ano na empresa. A reforma permite a homologação na própria empresa sem
assistência jurídica aos trabalhadores. O texto maldoso também permite que
diretores do sindicato possam ser demitidos pelas empresas por várias razões (fim
da estabilidade sindical). Também foi proposto o estrangulamento financeiro dos
sindicatos permitindo a contribuição sindical anual de março apenas após a
autorização de cada empregado (hoje é obrigatória). Com informações da Contee.
PROCURADORES DO TRABALHO:
REFORMA ‘MULTIPLICA’ POTENCIAL DE DANOS - A
Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT) divulgou nota no dia 13
pedindo a rejeição do substitutivo do deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) de
reforma trabalhista. Segundo a entidade, o texto "multiplicando, em
progressão geométrica, o potencial danoso de retirada de direitos trabalhistas
e de diminuição da proteção dos trabalhadores que tiverem direitos
usurpados". Para os procuradores, a proposta, se aprovada, contribuirá apenas
para a substituição de empregos permanentes e a tempo indeterminado por
contratos precários, com tempo determinado, com salário abaixo do mínimo mensal
e sem vários direitos, que ocasionarão imensa rotatividade no mercado de
trabalho brasileiro, além de não contribuir para o aumento da segurança
jurídica nem para a redução das ações judiciais trabalhistas".
MAGISTRADOS: MUDANÇA TRABALHISTA
‘BLINDA’ O MAIS FORTE E PREJUDICA TRABALHADOR
– Para o presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do
Trabalho (Anamatra), Germano Siqueira, o substitutivo “é muito ruim e se
pretende agora, sem autorização constitucional, é blindar economicamente o mais
forte em detrimento do trabalhador". Siqueira contesta a argumentação do
governo, que, segundo ele, busca "vender" a reforma trabalhista como
algo positivo e que visa a modernizar a legislação. "O discurso de ocasião
usado pelos defensores da reforma é oportunista e coloca no centro da
discussão, em verdade, a ideia de reduzir e precarizar direitos."
POCHMANN: CLT VEM
SENDO ALTERADA. NÃO HÁ RAZÕES PARA A REFORMA – O economista e
presidente da Fundação Perseu Abramo, Márcio Pochmann analisa que a reforma trabalhista
que está sendo proposta trará as relações de trabalho compatíveis ao Brasil do
final do século 19 e não há razões para isso acontecer. “O código de trabalho
que nós temos foi consolidado na década de 40. De lá para cá, mais de 900
artigos que compõe a CLT vem sendo modificados. Hoje, temos 10% que não foram
alterados. Não há razão para uma reforma trabalhista neste formato”.
SÓ A MOBILIZAÇÃO POPULAR PODE IMPEDIR DAS MUDANÇAS – O governo Michel Temer (PMDB) já demonstrou que atenderá apenas aos
interesses da grande elite nacional, aqueles que financiaram sua ascensão como
presidente do país. A maioria dos deputados está comprada pelos grandes grupos
financeiros e prometem votar por eles. Para justificar o golpe nos
trabalhadores vão usar de hipocrisia. O deputado Marcos Montes (PSD), por
exemplo, disse que aprovou a terceirização porque esta vai “gerar empregos”. No
encontro com sindicatos e professores foi prontamente contestado pelos
presentes. A votação será em maio. Resta aos trabalhadores ir às ruas, fazer
pressão e condicionar votos a não retirada de direitos. A grande manifestação
já está marcada: dia 28 de abril em todo o país.
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