SINDEMU NÃO ACEITA VOLTA DO 14º E COBRA NEGOCIAÇÃO
As
educadoras da rede municipal foram surpreendidas com informações
prestadas por diretoras de escolas nos primeiros dias de aula. As
gestoras relataram que vai voltar o 14º salário nos moldes de Anderson
Adauto, só que na forma mensal em 10% do salário para quem não faltar.
Ao ser informada a diretoria do Sindemu pediu explicações imediatas à
Secretaria da Educação e condenou a possibilidade da instituição da
gratificação sem negociação com o sindicato. "Não vamos aceitar a
instituição de uma gratificação antes de negociar o piso salarial e
principalmente a introdução de 1/3 extraclasse", disse o presidente do
Sindemu Adislau Leite. Na avaliação do sindicato a suposta gratificação
somente faria com que as educadoras voltassem a trabalhar doentes, como
acontecia no governo anterior. "Queremos que o prefeito cumpra a
promessa e negocie a implantação do 1/3 extraclasse e o pagamento do
piso", aponta Adislau.
Piso da Prefeitura é salário mínimo + R$ 60 -
O novo salário mínimo (R$ 788) voltou a encostar no piso salarial do
magistério da PMU (R$ 848). O arrocho salarial lembra a dura experiência
vivida alguns anos atrás quando o salário de grande parte das
professoras era só o salário mínimo. O salário baixou novamente
(enquanto o piso nacional aumenta) principalmente pelo fato da
Prefeitura não cumprir a lei do piso. Deveria ser imediato nos salários:
reajuste de 13% de janeiro de 2015; pagamento de 1/3 de extraclasse;
correção de 22% não pagos pelo governo anterior desde 2012. Nestes dois
últimos itens, a Prefeitura local está condenada pela justiça ao
pagamento em ação do Sindemu, mas o governo municipal recorre para não
pagar os benefícios. O governo também tem se negado a negociar o
pagamento integral do piso e tem setores defendendo o pagamento
proporcional e o uso de hora relógio (em vez da hora aula), para
continuar a economia no lombo dos educadores.
EDITORIAL
Férias: viajei pelo mundo e não paguei um centavo... - Passei
férias inesquecíveis. Primeiro fui à cidade de Trieste na Itália. Fique
na casa de um amigo comerciante: Zeno Cosini. Ele me contou boa parte
de sua história: perca do pai, namoro após cortejar três irmãs,
casamento, trabalho, o fumo excessivo e suas tentativas de tratamento.
Contar sua história era uma forma de fugir do cigarro. Em meio tempo,
outro amigo passou a me contar parte da história de um ícone da
literatura mundial: Marco Polo. Nos anos de 1200, elo foi para a região
da China pela rota do comércio. Lá, ficou amigo de um grande rei mongol
que tinha domínio na região. Assim descreveu (em diário) as aventuras do
que via naquele mundo inusitado e desconhecido. Minha próxima parada
foi em um lugar remoto da América do Sul. Acompanhei com detalhes um
francês condenado à prisão perpétua que veio cumprir pena na Guiana
francesa. Conheci como nunca a brutalidade e rigor desses reformatórios,
a vida doentia em que são submetidos os presos e a resposta violenta
que produzem nesse cenário do submundo. "Papillon" me confidencia todas
suas angústias e esperanças de se ver novamente liberto. Para tanto, não
despreza nenhuma tentativa de fuga, mesmo dos locais onde fugir é
inimaginável. Com o condenado passei a conhecer o povo e partes do
litoral da Guiana Francesa, Suriname, Venezuela e Colômbia. Passei a ter
visão diferente sobre a região. Não gastei porque fiz a viagem por
livros de biblioteca pública e filme. Quem lê, tem companhia, conhece o
mundo e a vida. Anízio Bragança Júnior, artigo do jornal expresso.
Professores da rede particular negociam dia 10 e têm assembleia no dia 11 -
Será em Uberlândia o encontro entre o Sinpro e o sindicato patronal do
Triângulo
Mineiro para discutir a pauta de reivindicações da campanha
salarial 2015. Os
professores vão cobrar a diferença do reajuste das mensalidades não
incorporado nos salários dos professores. Segundo levantamento
preliminar do Sinpro, somente nos últimos três anos as mensalidades
subiram o dobro do que receberam os professores como reajuste. "Queremos
melhorias para mudar o quadro em que uma das regiões mais ricas do
estado (o Triângulo) tem um dos piores pisos salariais da rede
particular de Minas Gerais", ressalta o diretor Marcos Gennari. A
diretoria do Sinpro contesta versão de crise nas instituições, uma vez
que houve aumento no número de matrículas e tem tido garantia e reforço
de programas governamentais: Fies, Prouni e Pronatec. O Sinpro Uberaba
faz três assembleias às 18 horas para avaliação dos resultados da
negociação: dia 10 em Uberaba (na sede), 11 em Araxá (no Sima) e 12 em
Frutal (no STRF).
Apesar de novo piso, salário de professor continua baixo -
O Ministério da Educação confirmou o novo aumento no piso nacional do
professor: R$ 1.918. Para Roberto Franklin de Leão, presidente da CNTE
(Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), o valor ainda é
baixo. "É um aumento importante, mas está abaixo do que esperamos",
afirma. Segundo Leão, um piso razoável estaria em torno de R$ 2.900,
mais próximo do salário mínimo ideal calculado pelo Dieese (Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). De acordo com
dados OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico),
os professores brasileiros têm salários menores do que seus colegas em
diversos países do mundo. Numa comparação feita entre 38 países, o
Brasil ficou em penúltimo lugar, com um salário anual de 10.375 dólares
PPC (Paridade Poder de Compra). Ganhamos apenas da Indonésia. Fonte: Revista Exame.
CONJUNTURA
g IDEB: como uma ideia falida influenciou o Brasil - O
criador do IDEB, Reynaldo Fernandes, então Presidente do INEP, deu a
seguinte entrevista em 2011 explicando a criação do IDEB. Nela se pode
ver como uma ideia reconhecidamente falida nos Estados Unidos orientou a
política pública brasileira. Leia.
g Juízes mineiros seguem acumulando benefícios em 2015 - Em
Minas Gerais, já na primeira sessão administrativa do TJMG, no dia 28
de janeiro, os desembargadores votaram o próprio reajuste, que terá como
referência o novo valor do subsídio de ministro do Supremo Tribunal
Federal, de R$ 33.763, representando um aumento de 14,6%. Leia.
g Cine OAB mostra "Resistência" e debate com jornalistas nesse sábado - O
documentário mostra a trajetória de formação do 1º assentamento do
Triângulo, "Nova Santa Inácio Ranchinho" de Campo Florido. Em seguida
haverá debate com as jornalistas Ana Paula Neves e Pituca Ferreira,
diretoras do filme. O evento terá início ás 19h30, com entrada franca.
SP: Rede estadual fecha 3 mil salas e corta bolsas de estudo -
O ano letivo nas escolas estaduais de São Paulo começou dando dois
passos para trás: o fechamento de salas de aula e cortes de vagas do
programa Vence, que oferece bolsas de estudo no ensino técnico a alunos
do ensino médio, em instituições credenciadas, como o Centro Paula Souza
e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo.
De acordo com levantamento feito pelo Sindicato dos Professores do
Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), cerca de 3 mil salas
foram fechadas, o que acarreta superlotação e prejudica o aprendizado.
"Quando você tem essa realidade, o professor que tem várias turmas não
consegue dar uma atenção adequada a esses alunos. Isso compromete o
diálogo em sala de aula, há um barulho excessivo e, consequentemente,
compromete a aprendizagem", afirmou Paulo Neves, diretor estadual do
sindicato, à TVT. Fonte: Rede Brasil Atual.
Aumenta o número de professores que abandonam as salas de aula - O Jornal Nacional apresentou uma série especial de reportagens sobre a situação dos professores no Brasil. É uma profissão que todo mundo elogia, todo mundo concorda que é fundamental, mas que tem despertado o interesse de um número cada vez menor de brasileiros. Os motivos disso estão em discussão na reportagem da Graziela Azevedo e do Ronaldo de Sousa. O Brasil tem uma necessidade urgente na escola. O país tem uma promessa: "Nosso lema será: Brasil pátria educadora", afirmou a presidente Dilma Rousseff no discurso de posse. E um grande desafio: "O apagão já começou há muito tempo. O déficit de professores nas áreas de química, física, matemática e biologia é da ordem de 150 mil professores" conta o diretor do Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves Ramos. Fonte CNTE
ARTIGO
A esperança do primeiro dia de aula - por Marcos Gennari
Um
dos maiores prazeres na vida dos professores é sempre o primeiro dia de
aula. Primeiro pelo reencontro com os colegas, com os alunos e com a
vida escolar. Um ambiente sempre festivo. Otimismo inundando todos os
cantos da instituição. Tudo limpinho. Pintura nova. Ambiente agradável e
organizado. Murais simplesmente lindos... A alegria contagiante dos
colegiais. Uniformes, tênis, materiais escolares, tudo novinho. A
animação é geral. Ninguém zangado com ninguém. A exibição da beleza
aflorada em todos. Parece sonho, mas não é. Tudo é real. É o primeiro
dia de aula. Há também as confusões. Um aluno ou aluna querendo mudar de
"sala". Uma reclamaçãozinha aqui e outra ali em relação à enturmação. O
encontro da "galera", etc. A barulheira é geral. A vida da escola
renasce. Dá o sinal. Corre-corre, procura aqui e ali. Todos entram pra
sala. Enfim, acomodam-se e dá-se início à mais um ano letivo. A
professora, preparada e feliz recebe emocionada aquela nova turma.
Afinal, serão muitos encontros neste novo ano. Depois das saudações, da
chamada (dos ritos iniciais) a mestra trata logo de se apresentar e as
tradicionais perguntas: Como foram as férias? E a expectativa para esse
ano? Muitas, e diferentes respostas aparecem. Destaca-se a do Joãozinho:
"Olha professora e colegas, minhas férias foram muito boas. Brinquei
muito, Passeei e descansei bastante. Destaco uma coisa que me preocupou:
a falta d'água que eu achava que nunca aconteceria, vai acontecer. No
passeio que fizemos na praia faltou água até pra beber. Agora se quer
saber qual minha esperança para este novo ano que começa hoje: gostaria
que fosse todos os dias como o de hoje. Todos animados, satisfeitos,
alegres, que a violência desse lugar para a paz. O otimismo não cedesse
espaço para o pessimismo. Que todos nós continuássemos unidos e que,
nossos professores e professoras fossem valorizados e respeitados todos
os dias." "Ah, professora, esqueci de uma coisa importante: que nenhuma
professora ou professor ganhasse menos que o Piso Nacional, senão eu vou
ser o primeiro a chamar todos os meus colegas pra fazer a maior greve
do mundo".
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