quarta-feira, 25 de março de 2015

Educa.com - 25.03.2015 - Assembleia avalia na sexta proposta de 1/3 extraclasse

ASSEMBLEIA AVALIA NA SEXTA PROPOSTA DE 1/3 EXTRACLASSE

Os educadores municipais têm importante compromisso nesta sexta (27) às 18h30 no Cine Teatro Vera Cruz. Assembleia marcada pelo Sindemu (Sindicato dos Educadores do Município) irá dar a palavra final sobre a proposta de introdução de 1/3 (um terço) de atividades extraclasse na jornada de trabalho. A medida regulariza obrigação prevista na lei do piso do magistério. A proposta do Município altera as jornadas de trabalho das três funções dos educadores locais (ver gráfico 2). Também são constituídos novos valores salariais (gráfico abaixo). A proposta não contempla a reivindicação histórica do Sindemu, que é aplicação do valor integral do piso na jornada de trabalho atual (24 horas aula). A proposta, porém, contém avanços. O próprio reconhecimento do trabalho fora da sala de aula (embora com atraso) é uma conquista histórica para os educadoras locais. As educadoras infantis, que passarão a receber o piso total do MEC e a pedagogas serão as maiores beneficiadas com as mudanças.  

Confira em detalhes as propostas de piso da PMU com a jornada extraclasse -
PROPOSTAS DE
PISOS DA PMU
(****)
1. Piso
Atual
(março)
2. Piso 13% de reajuste
(abril)
3.Piso com extraclasse (junho)
PMU
(*) Proposta do Sindemu: Piso integral na jornada atual
(**) Piso Proporcional à jornada + carreira
Professora A (magistério)
R$ 848
R$ 959
R$ 1132
R$ 1917
R$ 1293
Professora C (graduado)
R$ 1103
R$ 1246
R$ 1472
R$ 2493
R$ 1680
Educadora Infantil (mag.)
R$ 1273
R$ 1438
R$ 1917
R$ 2556
R$ 1917 (***)
Educadora infantil (grad.)
R$ 1463
R$ 1654
R$ 2205
R$ 2940
R$ 2205 (***)
Especialista pedagógico
R$ 1149
R$ 1299
R$ 1705
R$ 2598
R$ 1557 (***)
(*) Reivindicação do Sindemu: Piso integral do MEC R$ 1917 aplicado nas jornadas atuais + aplicação da carreira atual; (**) Piso total do MEC R$ 1917 calculado como 40 horas e aplicado proporcionalmente à jornada de trabalho + aplicação da carreira atual; (***) O cálculo foi feito na quantidade e horas relógio. No entanto, há ações judiciais em curso no país e entendimento no movimento sindical pela aplicação sobre jornadas de hora aula. Feito isso, os valores seriam maiores. (****) Outros números divulgados nos jornais pela PMU referentes ao cargo de professor soma o Descanso Semanal Remunerado.

Proposta tem divergência na forma de aplicação do piso e da jornada - O Sindemu entende que na forma da lei "piso aplicado para jornadas de, no máximo, 40 horas semanais", o valor orientado pelo MEC deveria ser pago para a jornada atual dos educadores, aplicado ao plano de carreira. Representantes da Prefeitura alegam não ter recursos para atender a proposta do sindicato. Assim, usa dispositivo da lei que permite em caso de falta de recursos, "pagar ao menos na proporcionalidade de 40 horas". No entanto, para chegar à proporcionalidade de pagamento, a Prefeitura usa a hora relógio, medida que para o sindicato é ilegal, pois contraria o parecer do Conselho Nacional de Educação (18/2012) homologado pelo MEC. Há inclusive ações judiciais sobre o tema pelo país. O sindicato também solicitou à Prefeitura uma regulamentação escrita para fixar as horas de extraclasse a serem cumpridas na escola e as horas cumpridas em local de livre escolha pelos educadores.

Gráfico 2: Propostas de novas jornadas de trabalho feitas pelo Município -
PROPOSTAS DE
JORNADA DA PMU
(a partir de junho)
Jornada atual (*) (prática)
Jornada paga pela PMU (***)
Nova jornada (PMU)
Jornada com alunos
(**) Jornada extraclasse na escola
(**) Jornada extraclasse livre
Professora
30 ha
20 ha
27 ha
18 ha
4 ha
5 ha
Educadora Infantil
43 h
30 h
39 h
26 h
4 h
8 h
Especialista pedagógico
30 h
20 h
25 h
16h40
3h30
4h50
(*) Leva em consideração a jornada com alunos + 1/3 de extraclasse não reconhecido nos salários atuais. (**) O sindicato quer uma regulamentação por escrito para não haver duplicidade de interpretação sobre o tempo extraclasse na escola. Conforme a lei do piso, o extraclasse não pode ser cumprido com atividades diretas com alunos. (***) Observando o parecer do Conselho Nacional da Educação homologado pelo MEC.

EDITORIAL
Finalmente! Professora em Uberaba irá ganhar para preparar aula - Não, não há nenhum erro no título deste artigo. Previsto para entrar em vigor em junho do 15º ano do século XXI, o mais elementar direito dos professores: receber por atividades fora da sala de aula que são inerentes ao seu trabalho do magistério. Do mesmo jeito que hoje ficamos estarrecidos com em saber que seres humanos escravizavam outros pela cor, em breve iremos olhar para o passado e ficar estarrecidos com a realidade atual das escolas. Hoje se remunera os professores locais apenas pelo tempo que fica com os alunos. A conquista dos professores do Município é antiga reivindicação da categoria. Envolve diferentes gerações em luta que buscou mudar os padrões educacionais nos debates que antecederam a Constituição de 1988. A aprovação da lei do piso do magistério em 2008 foi o grande marco desta conquista, bem como a luta dos sindicatos (e do Sindemu) em fazer valer a lei. A implantação do extraclasse é pauta permanente do Sindemu dos últimos anos e foi motivo de ação judicial que condenou (em 1ª instância) a PMU a fazer a adequação na jornada. Embora os detalhes da introdução não atendam diretamente as justas reivindicações da categoria (principalmente em salários), a conquista histórica não deve ser diminuída. Será uma conquista rumo à valorização dos educadores. Uma conquista da melhoria na qualidade da educação local. Uma conquista das mulheres, maioria neste ramo de trabalho. Anízio Bragança Júnior, artigo do Jornal Expresso.  

Rede particular: Professores têm assembleia decisiva sábado no Sinpro  - Os professores da rede particular terão assembleia neste sábado às 9 horas no Sinpro para dar um encaminhamento decisivo da campanha salarial 2015. A expectativa da categoria é que a proposta das escolas seja oficializada na negociação do dia 27 contemplando as reivindicações da categoria. Entre elas, um reajuste compatível com a bonança do aumento das mensalidades e matrículas, unificação do piso da educação básica, elevar o extraclasse de 20% para 33,3% e valorizar professores com pós-graduação.


CONJUNTURA
g Terceirização sem limites será votada no dia 7 - O presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), marcou a votação da proposta para logo após o feriadão da Semana Santa. A data foi acordada com empresários. Leia.

g Em 2014, 91,5% das negociações resultaram em aumento real de salários - Quase todas as negociações salariais (91,5%) da indústria, do comércio e dos serviços resultaram em aumento real (acima da inflação) em 2014, em todas as regiões do país O ganho real médio pago no ano passado nas 716 negociações analisadas foi de 1,39% ante 1,22% em 2013. Leia.
   
g Pizza entre amigos neste sábado (28) na escola de surdos em Uberaba - O evento acontecerá na sede da Escola Dulce de Oliveira. O convite custa R$15,00 para adquirir uma pizza família. Toda a renda será revertida para a escola que atua com alunos surdos. 

Rede estadual: Trabalhadores voltam a comer na escola em abril - Foi a única novidade da reunião de negociação entre o Sindute e o Governo no dia 24, que não avançou nas propostas relacionadas ao Piso Salarial e à Carreira dos trabalhadores em educação. Já haviam sido apresentadas: abono de R$ 160 (incorporação em 4 parcelas e só aí aposentados ganham); extinção dos níveis T1 (nível médio) e T2 (licenciatura curta), começando a carreira no nível graduação; manutenção do congelamento das promoções até 2016, voltando depois com quatro níveis: Nível PEB 1 (reuniria ensino médio, licenciatura curta e longa); Nível pós-graduação (especialização); Nível Certificação (incluiria mestrado); Nível certificação II (incluiria o doutorado); gratificação de 5% e 10% para mestrado e doutorado respectivamente; extinção do subsídio, mas sem retorno de vantagens e direitos existentes até 2010; reajuste para diretor de 10%; disponibilidade de alimentação aos profissionais da educação da escola a partir de abril. Haverá nova reunião sobre salário e carreira no dia 30. O Sindute considerou a postura lamentável do governo diante as propostas apresentadas. O governo Pimentel (PT) fala em pagar o piso em 4 anos, mas não apresenta proposta além do abono. No dia 31 haverá paralisação e assembleia em Belo Horizonte para avaliar as propostas apresentadas. 

Entidades educacionais pedem que MEC não seja usado como moeda de troca -
Entidades ligadas à educação pedem à presidenta Dilma Rousseff que o Ministério da Educação (MEC) não seja usado como moeda de troca e que o novo ministro esteja comprometido com o cumprimento do Plano Nacional de Educação (PNE) e com o fortalecimento da educação pública, com o diálogo permanente com a sociedade. Na última semana, o ex-ministro Cid Gomes deixou a pasta. O secretário executivo, Luiz Cláudio Costa, assumiu interinamente o MEC. No dia 19, a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped) informou, por meio de manifesto, que o MEC "não pode ser balcão de negócios ou moeda de troca para assegurar a governabilidade". A associação sugere que o novo ministro assuma o compromisso de cumprir as deliberações aprovadas no documento final da Conferência Nacional de Educação (Conae) 2014. A Campanha Nacional pelo Direito à Educação, rede que articula mais de 200 grupos e entidades distribuídas por todo o país, divulgou no dia 20 carta aberta à presidenta Dilma Rousseff, na qual sugere que a chefia da pasta "seja ocupada por pessoa que goze da necessária legitimidade política e também de amplo reconhecimento na comunidade educacional, especialmente de trabalhadores [as] em educação, gestores [as] públicos, conselheiros [as] educacionais, ativistas e pesquisadores [as]". Fonte: Contee

Nenhum comentário:

Postar um comentário