sábado, 11 de abril de 2015

Educa.com - 11.04.2015: Deputados liberam a terceirização de professores

Projeto impõe a maior perda de direitos aos trabalhadores do Brasil
DEPUTADOS LIBERAM A TERCEIRIZAÇÃO DE PROFESSORES

Rendendo-se à vontade dos empresários, que financiaram as campanhas eleitorais, a Câmara dos Deputados aprovou na quarta-(8) o texto-base do PL 4330, que legaliza a terceirização irrestrita e impõe a maior perda de direitos dos trabalhadores de toda a história do Brasil. Sem modificação, o cenário de futuro é caótico para os professores. g BOLSA DE ESTUDO E PISO EM RISCO - Análise inicial do Sinpro mostra que professores poderão ficar sem bolsas de estudo e pisos salariais, hoje garantidos em lei. Isso porque as escolas terão preferência por contratar empresas terceirizadas no lugar de empregados para reduzir custos. Os professores da terceirizada não terão direito aos direitos conquistados da convenção coletiva e nem cobrar mais (como hoje) da escola se não receber salário ou depósito do FGTS. Pode-se chegar ao ponto de ter escola sem nenhum professor empregado, mas apenas prestadores de serviço. O projeto segue tramitando na Câmara e depois vai para o Senado. A medida também vai à sanção da Presidente Dilma (PT).

Rede pública: Terceirização é brecha para acabar com tíquete e piso salarial - A terceirização de todas as atividades aprovada pelos deputados permite que o serviço público deixe de contratar servidores e passe a contratar empresas terceirizadas. Assim, o governante terá chance de optar por reduzir custos na educação (a maior folha de pagamento dos governos) e contratar empresas. Isso pode ser feito dispensando os trabalhadores contratados ou gradativamente para as novas vagas abertas. Uma vez na empresa terceirizada, os educadores não terão direito ao piso salarial (que hoje vale só para o setor público), nem os outros benefícios como o tíquete alimentação da prefeitura ou planos de carreira.

VEJA QUAIS DEPUTADOS VOTARAM PARA PREJUDICAR OS PROFESSORES - Os deputados da região que votaram contra os trabalhadores são: Marcos Montes (PSD), Aelton Freitas (PR), Caio Nárcio (PSDB), Odelmo de Uberlândia (PP) e Tenente Lúcio (PSB). Eles somaram um grupo com 324 deputados favoráveis ao projeto. Contários à terceirização foram apenas 137 parlamentares, entre eles os deputados Adelmo de Uberaba (PT) e Wellington Prado (PT).

EDITORIAL
O pior dos cenários: ficará rara a forma atual de emprego - Ao invés de "luz", há um "tornado" no fim do túnel. Assim se enxerga o cenário futuro se prevalecer à lei da terceirização votada pelos deputados. Sem mexer na Consolidação das leis trabalhistas (CLT), a ampliação da terceirização sem limites provocará uma profunda alteração no quadro atual da realidade jurídico-trabalhista. Tende a diminuir/acabar a forma atual de emprego, com o vínculo empregatício sendo usado cada vez menos. Isso porque o projeto acaba com essa diferença entre área meio e área fim da empresa. Hoje a terceirização da atividade fim (principal) é proibida. Com a mudança, as empresas, então, poderão optar pelas terceirizadas, que são mais baratas. A tendência é de que os trabalhadores continuem na empresa, mas contratadas por empresa prestadoras de serviço. Assim, vai consolidar o ramo da terceirização: empresas que trabalham para outras empresas. Há o risco de isso virar moda e eliminar de vez a noção de emprego. Pior, a empresa terceirizada terá a possibilidade, dependendo do contrato original (celebrado com a chamada empresa contratante), de contratar outra empresa para que preste serviço (a quarteirização ou subcontratação, feita por outro contrato). Ou ainda exigir que o trabalhador crie uma empresa e preste serviço por ela (pejotização), sem férias, 13º, etc. Enfim, terceirização sempre foi usada para reduzir o valor da mão-de-obra e retirar direitos. Não é por acaso que os empresários turbinaram os gastos eleitorais de 2014 e elegeram como empresários, metade dos deputados do Brasil. Isso sem contar o investimento em deputados de outras profissões. Anízio Bragança Júnior, artigo do Jornal Expresso.  

Rede particular: escolas oferecem 8%, mas querem desconto para faculdades - Na negociação do último dia 10, o sindicato patronal ofereceu proposta de
8% de reajuste nos salários e pisos dos professores que atuam nas escolas da rede particular. No entanto, houve um recuo na proposta de equiparação do salário da educação infantil com a educação dos anos finais do ensino médio, que não estaria sendo aceito mais pelas unidades de ensino. Além disso, a representação das escolas propõe um reajuste 0,32% menor para as instituições de ensino superior (7,68%), alegando indefinições no Fies. Assembleia participativa deste sábado considerou fraca a proposta, mas aprovou debater o tema em reuniões nas escolas. Já está agendada nova negociação para 5 de maio com resposta da proposta apresentada. O Sindicato já entrou com dissídio coletivo, fato que não impede a continuidade das negociações.

Rede Estadual: Governo estuda reduzir número de professores - O governo de Minas estuda reduzir o número de professores na rede estadual. O corte de vagas, segundo o secretário de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães, seria justificado pelo fato de que, nos últimos 12 anos, as matrículas de alunos caíram, e a contratação de professores aumentou. Levantamento da Secretaria de Estado de Educação mostra que de 2002 para 2014, o número de matrículas nos ensinos fundamental, médio e EJA (educação para jovens e adultos) foi reduzido em 17%, passando de 2,5 milhões para 2,1 milhões. De outro lado, segundo a Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), o total de professores ativos no período aumentou 23%, indo de 152 mil para 189 mil. A redução pode ser feita durante o processo de transição da Lei Complementar 100. OUTRO LADO - A coordenadora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), Beatriz Cerqueira, criticou a proposta estudada pelo governo de Minas de reduzir o número de vagas de professores. Segundo ela, não há profissionais ociosos nas escolas e o número de matrículas caiu nos últimos anos porque o Estado reduziu o número de vagas. Fonte: O tempo

CONJUNTURA
g CNTE convoca paralisação contra o projeto que abre precedente para a ampla terceirização do setor público- O Parlamento Nacional está impondo a precarização do trabalho no Brasil em benefício dos lucros das empresas, que financiam campanhas eleitorais e que são representadas por quase metade dos deputados e senadores. Mobilização acontece no dia 15. Leia.

g Promotoras da infância repudiam proposta de redução da maioridade penal - A cada dez crimes, nove são praticados por adultos, e um é praticado por adolescente. A grande criminalidade não está no adolescente, está nos adultos. Com certeza, esse panorama dos 90% não vai melhorar, pelo contrário, você vai jogar no sistema falido os outros 9% de adolescentes. Leia.

g CTB promove encontro de aposentados e pensionistas em abril - Será realizado dia 18 de abril (sábado), às 10h, no auditório da FITEE, Rua Tamoios, 200 - Centro - Belo Horizonte/MG. Os professores filiados ao Sindemu interessados em participar devem entrar em contato com o sindicato.

Para o governo, só 26% das escolas estão em boas condições - De acordo com o Sistema de Controle do Atendimento Escolar, da Secretaria de Educação de Minas Gerais, apenas 26% da rede estadual está em boas condições. O restante carece de algum tipo de instalação, como bibliotecas, refeitórios, laboratórios de informática, banheiros em bom estado, pátios, quadras poliesportivas, cozinha e despensa. Mas, na prática, o que isso significa? A melhor resposta para essa questão é mostrar o que se passa em lugares como a Escola Estadual Gyslaine de Freitas Araújo, em Ibirité, onde os jovens lancham em pé ou sentados no pátio da escola. Isso acontece porque lá não tem refeitório. Essa situação se repete em 45% das instituições de ensino administrados pelo estado. Mas há lugares em situação ainda pior. Minas Gerais vive duas realidades diferentes na educação pública. No Ensino Fundamental, que é de responsabilidade dos municípios e do estado, estamos entre os líderes nos rankings de avaliação nacional. Mas no Ensino Médio, majoritariamente gerido pelo governo estadual, somos reprovados. Os problemas começam na falta de estrutura básica das 3 654 escolas estaduais mineiras onde estudam 2,2 milhões de alunos. Fonte: Diagnóstico MG

Professores em greve marcham até Palácio, mas governo recusa a
atendê-los - Cerca de 40 mil professores paulistas decidiram em assembleia na sexta (10), em frente ao estádio do Morumbi, na zona sul de São Paulo, manter a greve iniciada no dia 13 de março. Eles marcharam até o Palácio dos Bandeirantes, para protocolar um pedido de reunião com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), para iniciar a negociação, mas não foram recebidos. Com isso, às 18h30, decidiram seguir em passeata até a sede da TV Globo, no Itaim Bibi, para reivindicar isenção da cobertura jornalística da emissora. A Apeoesp tem reclamado que os telejornais do grupo não têm dado destaque algum à greve, iniciada há quase um mês. Os professores reivindicam aumento salarial de 75,33%, em equiparação às demais categorias de nível superior, fim da "duzentena" e igualdade de direitos aos trabalhadores da categoria O. Também cobram a reabertura de salas de aula. Fonte: Rede Brasil Atual

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