Edição Bragança Júnior (MG4731JP) -
http://blogeducapontocom.blogspot.com.br/ - Uberaba, 29 de Setembro de 2016 – N
º 314
SEMINÁRIO
ABRIU ESPAÇO DE FORMAÇÃO POLÍTICA
Mais de cem educadores participaram do Seminário de formação em
Políticas Educacionais realizado pelo Sindemu e a Fitee (Federação dos
Trabalhadores dos estabelecimentos de ensino) no último final de semana no SESC.
Professores e especialistas debateram importantes temas do momento: conjuntura,
diversidade, escola sem partido e previdência. “O seminário abriu importante espaço
na formação política dos educadores. A diretoria do sindicato ficou satisfeita
com o evento e seus objetivos alcançados”, analisa o presidente Bruno Ferreira.
Nas próximas edições, o Educa.com irá
apresentar sínteses de debates do encontro. Nesta edição, o professor José
Henrique Néspoli aponta como uma transformação histórica dos anos 70 impôs um
modelo de cultura educacional que levou à crise atual do setor. (Página 3).
Contee:
‘Enfrentar retrocessos exige vez e voto para a
educação’ – Por
insistir na
mobilização pelo fortalecimento da educação pública e na reversão de prejuízos
aos educadores e aos sistemas de ensino, a Contee (Confederação dos
Trabalhadores nas empresas de Educação) trouxe de volta a campanha “Voto, voz e
vez para a educação”. “Enfrentar retrocessos é nosso papel no dia a dia, que
também deve se refletir nas urnas, elegendo candidatos realmente comprometidos
com uma educação pública, gratuita, democrática, de qualidade e promotora da
igualdade” diz nota da entidade. Eleitos com esse perfil fiscalizam o
cumprimento dos planos educacionais e enfrentam as tentativas de criminalização
dos professores e ataques aos direitos previdenciário e trabalhista.
EDITORIAL
Uma ação simples de um vereador por
beneficiar muita gente - Quem vota
em “um amigo” está errado. A pura amizade está distante de reconhecer o preparo
e a vocação para dialogar e construir novas realidades para setores da
sociedade. Quem vota pensando em benefícios pessoais estraga a sociedade. Ao
buscar a vantagem, o eleitor legitima um vereador a fazer uso do mandato para
obter também vantagens pessoais. Quem vota para “ajudar” uma pessoa despreza o
restante da sociedade que espera também ser ajudado, mas com a eleição de
representante digno e batalhador. Quem vota sem analisar os demais candidatos
do partido ou coligação peca por ingenuidade. A eleição de vereador é coletiva
e um candidato ajuda a eleger o colega (e vice-versa). Quem vota em qualquer um
quando está desiludido e descrente, acaba deixando pior a política. Pois seu
voto – provavelmente – irá beneficiar aqueles que justamente quer negar. Quem
não vê perspectivas, anular o voto é uma decisão sábia. No entanto, quem olha
todas as candidaturas percebe que há pessoas sérias, honradas e que em sua
trajetória de vida ou profissional tem dado o melhor pela comunidade onde atua.
São merecedores do voto. Poucos sabem, mas uma ação simples de um vereador pode
beneficiar muita gente (e não só prejudicar). E, quem é perspicaz e não fica
iludido pela grande mídia, sabe que o momento que vivemos é único e
esperançoso, inclusive para a política. É hora de tirar o desânimo de lado e
dar o melhor de si para achar o vereador que melhor irá representar a
comunidade ou seu segmento. Anízio
Bragança Júnior, artigo do Jornal Expresso.
Formação à distância
para combater sobrecarga do educador – O
Sindicato dos Educadores do Município de Uberaba (Sindemu) está solicitando à
Prefeitura novas modalidades de formação continuada feita à distância. A medida
visa tirar peso das costas dos educadores com a sobrecarga de trabalho, a
partir da lei do magistério do ano passado (501). O presidente interino Bruno
Ferreira faz críticas severas ao modelo atual de formação em serviço
avaliando-o como “cansativo e contraproducente”. “Hoje há várias plataformas
viáveis e há muitos benefícios quando o educador escolhe o horário para estudar”,
ressalta Ferreira. Professores com dois cargos na PMU são os que mais sofrem
com o excesso da formação.
Dia da
Criança: Sindemu é ponto de coleta de brinquedos –
Educadores que participam da ONG Corações Valentes estão se preparando para
fazer uma grande festa na comunidade da Baixa, no próximo dia 12 de outubro. A
ideia do grupo de assistência social é compartilhar com as crianças momentos de
alegria. O evento tem apoio do Sindemu, que é também ponto de coleta para doação
de brinquedos. Corações Valentes é um grupo de amigos unidos pelo proposito de
ajudar o próximo através de ações sociais. O grupo é aberto à participação de
voluntários. Maiores informações: (34)991739669
CONJUNTURA
g Enquete do Senado: Sociedade rejeita reforma
do ensino médio –
Até a publicação desta matéria, 33.212 pessoas se
posicionaram contra a medida, que é apoiada por 1.438 internautas. Leia
g Daniel Cara: Intenção do governo é fugir do debate
educacional – Dificilmente
essas decisões por medida provisória serão adotadas de fato sem discussão com
professores e redes de ensino. Leia
g Coordenador do Ensino Médio virá do privatismo – O novo Coordenador Nacional Geral
do Ensino Médio é o atual Superintendente do Ensino Médio em Goiás, estado que está
privatizando a educação para Organizações Sociais (OSs). Leia
Previdência: Idade mínima de 65 anos é só o começo do
golpe – O aumento da idade mínima para 65 anos,
igualando homens e mulheres na reforma da Previdência proposta pelo governo
Temer (PMDB), pode também estabelecer uma espécie de “gatilho” que permitiria
elevar ainda mais o piso da idade, conforme a quantidade de anos de vida da
população após a aposentadoria. A reforma que será apresentada pelo governo também
deve propor a elevação do tempo mínimo de contribuição (atualmente de 15 anos
para aposentadoria por idade) para 25 anos, e vincula o pagamento integral do
benefício a um período maior de contribuição, entre 45 e 50 anos. O governo
Temer recuou da sua intenção inicial de enviar ainda em setembro o texto da
reforma da Previdência para o Congresso e adiou a apresentação para novembro,
após o segundo turno das eleições municipais. Fonte: Bancários SP
Seminário de formação em Políticas educacionais - Conjuntura
internacional
Néspoli: Crise de 30
anos ‘alavanca’ mais neoliberalismo
A
derrota de um projeto alternativo de mundo dos anos 70 também significou derrota
profunda aos trabalhadores. Da escola com o objetivo de emancipação das pessoas
de modo universal, humanista e transformadora, foi se sobrepondo a escola que
prioriza a formação técnica para o trabalho. Isso foi possível diante do
rebaixamento cultural advindo das transformações da globalização neoliberal. O
Estado passou a ser apresentado como o culpado de tudo e a felicidade seria
possível somente no mercado e no consumo. Essa foi a versão cultural que impôs
os novos modelos de gestão da educação e das políticas educacionais. Com a
atuação direta do Banco Mundial foi possível financiar esse modelo que
consolidou o controle do currículo e a apresentação do conhecimento como
mercadoria. Assim, apresentam-se áreas de conhecimento de maior e menor
interesse para o mercado. O conhecimento (que não é trocado) passou então por
profunda desvalorização, criando-se pedagogias de competências e a
meritocracia. Após três décadas de gestão neoliberal e muita precarização
colhe-se uma incrível crise mundial na educação, com escolas virando ambientes
de guerra e conflito. A crise, no entanto, não tem levado a uma reversão de sua
tendência. Pior, a crise tem alavancado ainda mais a gestão neoliberal. E o que
vemos hoje é uma regressão social incalculável, cuja “saída” apontada pelo mercado
é mais corte de gastos. As escolas hoje vivem um ambiente que não é propício ao
conhecimento universal, até porque as pessoas estão focadas (“globalizadas”) no
consumismo e na moda. Mas mesmo diante desse cenário precisamos deixar claro e
reafirmar o nosso projeto de uma educação voltada para a emancipação das
pessoas a partir da disponibilidade do conhecimento desenvolvido. (Síntese subjetiva de Anízio Bragança Júnior do
conteúdo da palestra do professor José Henrique Néspoli, no dia 23 de setembro
de 2016).