Edição: Bragança Júnior (MG4731JP)
Uberaba, 23 de junho de 2019 – Nº 463
MESMO
COM ALTERAÇÕES, PROJETO PENALISA TRABALHADOR
MAIORIA
VAI SE APOSENTAR AOS 77 ANOS
As mudanças feitas pelo relator da reforma da Previdência não
alteraram os principais pontos da proposta do governo. Isso significa que mesmo
com as alterações, uma grande parcela de trabalhadores não conseguirão se
aposentar no futuro. Os poucos que conseguirem irão se aposentar com uma idade
muito superior à idade mínima obrigatória de 65 anos para os homens e 62 para
as mulheres. A conclusão está no estudo de uma equipe de economistas e
engenheiros independentes que analisou os pontos mais nefastos mantidos no
relatório da reforma da Previdência. Pelos cálculos, se a reforma mantiver a
idade mínima de 65 anos e o tempo mínimo de contribuição de 20 anos, uma boa
parte dos homens só conseguirá o merecido descanso aos 77 anos de idade. Isso
porque um trabalhador só consegue contribuir, em média, com cinco meses ao ano.
Principalmente numa conjuntura econômica de baixo nível de emprego e aumento da
informalidade. Os cálculos também apontam que 57% dos que aposentaram com 15
anos de contribuição e 65 anos de idade não teriam conseguido se aposentar se
já estivesse valendo os 20 anos de contribuição. “As pessoas confundem a idade
mínima de 65 anos. Acham que todos vão se aposentar nessa idade. Se esquecem
que tem de contribuir por 20 anos e a conta não fecha”, analisa a economista Universidade
Federal do Rio de Janeiro (URFJ), Denise Gentil. Fonte: CUT
Valor da aposentadoria cairá em torno de 30% – A equipe de economistas também analisou os valores a que os aposentados terão direito se PEC da reforma passar. Segundo eles, 69% dos segurados receberão abaixo de 70% da média dos salários de contribuição. “Raramente um trabalhador terá a chance de receber o benefício integral. Mesmo que essas pessoas consigam fiquem no mercado de trabalho, elas vão se aposentar com uma renda extremamente baixa”, diz Denise. Para ela, ao retirar o poder de compra dos aposentados, o país dificilmente sairá da crise econômica porque são os aposentados que mantêm economicamente as famílias em época de desemprego dos jovens. “Perderemos a capacidade de sobreviver a uma crise econômica. É a capilaridade da Previdência que nos dá a capacidade de segurar essas crises”, conta.
EDITORIAL
UFTM: A nomeação
de reitor traz complicações sociais – A nomeação
feita pelo governo Bolsonaro (PSL) para a reitoria da UFTM, deixando de fora o
vencedor de duas eleições da universidade (da comunidade e do Conselho) tem
significados preocupantes. Na universidade, o novo reitor começará administrando
sua própria legitimidade. Explico: Ao não cumprir acordo de que as chapas
derrotadas na comunidade não se inscreveriam na eleição do Conselho, o reitor
estará sujeito a descumprimento interno de acordos e decisões. Vale lembrar que
a ação que questionou a eleição não teve respaldo na justiça. Fábio Fonseca,
vencedor da eleição é um professor valoroso e honrado, do qual pesam muitas
virtudes. Não havia razões para o governo não avalizar seu nome. Por isso,
surpreendente a adesão de entidades empresariais e políticas e até de
jornalistas para a nomeação que despreze as eleições da comunidade. Não se pode
defender que o conjunto de ideias de uma pessoa deve balizar nomeações. Quem faz
assim tende a apoiar no futuro a vetos por religião, raça, classe social ou
gênero. Ou estou enganado? É muito perigoso quando se despreza a democracia, o mecanismo
– até então - mais identificado para balizar os conflitos de pensamentos. Sugere-se
um “vale-tudo” que é arriscado e compromete as gerações futuras. Anízio
Bragança Júnior
Disposição para novas nomeações é o único avanço no Estado – Em reunião de nogociação entre a direção do Sinidicato Único dos Trabalhadores do Ensino de Minas Gerais (SindUte MG) e o Secretário-Adjunto de Estado da Educação do governo Zema (Novo) no último dia 18, a disposição da Secretaria em nomear mais mil educadores (concurso 2104 e 2017) foi o único ponto positivo do encontro. Mesmo assim, a a demanda será submetida à coordenação financeira do governo. O SindUte solicitou o pagamento do Adveb (Adicional de Valorização da Educação Básica) e o governo diz que ainda faz estudos financeiros. O Sindicato manifestou a contrariedade com a exigência de reposição em 60 dias sem negociação, mas o governo não manifestou que vai mudar a posição. Também foi cobrada a lista de escolas e o cronograma do tempo integral que será ampliado em agosto. O governo informou que terá resposta até 28 de junho. Na avaliação do sindicato as negociações não têm avançado. O governo tem respondido “NÃO” às demandas da educação e dos/as trabalhadores/as, além de atrelar toda a pauta financeira da educação à adesão ao plano de recuperação fiscal, que pode trazer sérios problemas ao funcionalismo. Com informações do SindUte MG
CONJUNTURA
g SALÁRIO DO PROFESSOR NO BRASIL É O
PIOR DE 40 DA OCDE
Salário inicial de professores no ensino médio por
país: 1º. Luxemburgo --- US$ 79.551 – Topo da carreira: US$ 138.279; 2º. Suíça
--- US$ 71.249 - Topo da carreira: US$ 109.240 3º; Alemanha --- US$ 63.866 - Topo
da carreira: US$ 92.386; Média da OCDE --- US$ 34.943 - Topo da carreira: US$
59.639; Média da Europa --- US$ 33.871 - Topo da carreira: US$ 58.736; 40º.
Brasil --- US$ 13.971. Topo da carreira: Não há dados disponíveis. Leia
g PROFESSOR
BRASILEIRO É O QUE MAIS SOFRE INTIMIDAÇÃO – Semanalmente, 10% das escolas brasileiras
registram episódios de intimidação ou abuso verbal contra educadores, com
"potenciais consequências para o bem-estar, níveis de estresse e
permanência deles na profissão", diz a pesquisa. A média internacional é
de 3%. Leia
g OCDE:
ESCOLAS NO BRASIL TÊM MENOS TEMPO PARA ENSINO – Em uma aula
típica, os professores brasileiros passam, em média, apenas 67% do tempo com o
processo de aprendizado – o restante acaba sendo dedicado a tarefas
administrativas, como fazer chamada, ou disciplinares, como manter a ordem da
classe. Leia
g UFGD,
UNIRIO, UFTM: REITOR ESCOLHIDO PELO GOVERNO – Pelo menos três universidades
já sofreram intervenção direta do presidente Jair Bolsonaro na nomeação de seus
reitores. Leia
Renda do trabalhador mais pobre cai e
ricos já ganham mais - A recessão que o Brasil
atravessou entre 2015 e 2016 afetou ricos e pobres, mas passados três anos
desde o fim da "pior crise do século", como foi batizada à época,
fica claro que os efeitos deletérios desse período foram diferentes para os
dois grupos. Os brasileiros mais abastados já viraram a página das vacas
magras. Os pobres, ainda não. Um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da
Fundação Getúlio Vargas revela que depois da tempestade, os 10% mais ricos já
acumulam um aumento de 3,3% de renda do trabalho, ou seja, além de superar as
perdas, já ganham mais que antes da recessão. Enquanto isso, os brasileiros
mais vulneráveis amargam uma queda de mais de 20% da renda acumulada. Se
somarmos os últimos sete anos, a renda do estrato mais rico aumentou 8,5% e a
dos mais pobres caiu 14%. Analisando a série dessazonalizada (quando se exclui
os efeitos das variações típicas de cada período do ano), em meados de 2014, os
50% mais pobres se apropriavam de 5,74% de toda renda efetiva do trabalho. No
primeiro trimestre de 2019, a fração cai para 3,5%. Para esse grupo que
controla uma quantia pequena do montante existente, essa redução de apenas 2.24
pontos percentuais representa, em termos relativos, uma queda de quase 40%. Enquanto
isso, o grupo dos 10% mais ricos da população, na metade de 2014, recebia cerca
de 49% do total da renda do trabalho - e vinha apresentando redução nessa
parcela, ao longo dos anos anteriores. No início de 2019, sua fração chega a
52%. Fonte: El País Brasil.
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