domingo, 7 de julho de 2013

Para Júlio Franco, as empresas se valem da desregulamentação do EAD para ter mais lucro




Professor universitário aponta que as empresas usam as prerrogativas da lei, às vezes imoral, mas não ilegal, e que chegam a lucrar com o EAD duas vezes mais que o presencial.



Boa parte das instituições de ensino superior tem hoje seu principal negócio no Ensino á distância. Em algumas instituições sua lucratividade chega a ser de 2/3 do total ou o dobro do sistema presencial.

Para obter essa lucratividade toda, as empresas usam as prerrogativas da lei que se constituem algumas vezes em imoralidade, mas não em ilegalidade. Onde o Estado não atua, as empresas atuam com desenvoltura.

O curso EAD tem um alto custo para ser implantado, mas é fácil de ser mantido para as empresas. O setor é tão lucrativo que os fundos de pensão têm como primeira prioridade de seus investimentos as instituições de ensino.

Em geral, as instituições particulares não estão preocupadas com a qualidade, mas sim com o retorno do capital. Para isso se valem da desregulamentação do setor, situação que leva a uma desvalorização do professor (inversão de valores) e à esculhambação da educação. Precisamos nos mobilizar para uma real regulamentação.

O EAD é um bom sistema, mas não foi criado para ser um modelo de negócio. Encontramos situações absurdas envolvendo convênios com prefeituras e nos próprios contratos de financiamento feitos pelo Ministério da Educação.

Precisamos de uma regulamentação rápida e o fortalecimento da categoria, embora não temos tirado tempo para dar atenção aos nossos desafios. Ainda falta muito interesse dos envolvidos no processo.  



(Reprodução subjetiva da palestra feita por Dimas Enéas Soares Ferreira, professor da rede particular e Diretor do Sinpro MG no dia 06.07.2013, elaborada por Anízio Bragança Júnior)

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