Professor universitário aponta que as empresas usam as
prerrogativas da lei, às vezes imoral, mas não ilegal, e que chegam a lucrar
com o EAD duas vezes mais que o presencial.
Boa parte das instituições de ensino superior tem hoje seu
principal negócio no Ensino á distância. Em algumas instituições sua
lucratividade chega a ser de 2/3 do total ou o dobro do sistema presencial.
Para obter essa lucratividade toda, as empresas usam as
prerrogativas da lei que se constituem algumas vezes em imoralidade, mas não em
ilegalidade. Onde o Estado não atua, as empresas atuam com desenvoltura.
O curso EAD tem um alto custo para ser implantado, mas é
fácil de ser mantido para as empresas. O setor é tão lucrativo que os fundos de
pensão têm como primeira prioridade de seus investimentos as instituições de
ensino.
Em geral, as instituições particulares não estão preocupadas
com a qualidade, mas sim com o retorno do capital. Para isso se valem da
desregulamentação do setor, situação que leva a uma desvalorização do professor
(inversão de valores) e à esculhambação da educação. Precisamos nos mobilizar
para uma real regulamentação.
O EAD é um bom sistema, mas não foi criado para ser um
modelo de negócio. Encontramos situações absurdas envolvendo convênios com
prefeituras e nos próprios contratos de financiamento feitos pelo Ministério da
Educação.
Precisamos de uma regulamentação rápida e o fortalecimento
da categoria, embora não temos tirado tempo para dar atenção aos nossos
desafios. Ainda falta muito interesse dos envolvidos no processo.
(Reprodução subjetiva da palestra feita
por Dimas Enéas Soares Ferreira, professor da rede particular e Diretor do
Sinpro MG no dia 06.07.2013, elaborada por Anízio Bragança
Júnior)
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